Enquanto as mudanças climáticas continuam a pressionar o setor empresarial global, 2025 surge como um ano decisivo para a sustentabilidade corporativa no Brasil e no mundo. Empresas líderes como Natura, Itaú Unibanco, Ambev e Suzano estão a intensificar seus esforços para reduzir a pegada de carbono, respondendo à crescente demanda por transparência e compromisso ambiental. A mensuração rigorosa das emissões, combinada com estratégias inovadoras, está a definir novos parâmetros para a responsabilidade ambiental e para a competitividade no mercado.
Compreendendo a pegada de carbono empresarial e sua importância estratégica em 2025
A pegada de carbono de uma empresa representa o total de gases de efeito estufa emitidos direta ou indiretamente pelas suas operações, medidos em equivalente de dióxido de carbono (CO2e). Este indicador torna-se essencial para empresas que desejam consolidar uma atuação sustentável e alinhada às metas globais de redução de emissões.
Para além dos impactos ambientais, calcular essa pegada fortalece a credibilidade e a transparência junto a consumidores e investidores. O Grupo Boticário e a Braskem, por exemplo, têm adotado auditorias independentes, garantindo maior rigor na quantificação da pegada, conforme os padrões do Greenhouse Gas Protocol, categorizando emissões em Escopos 1, 2 e 3 – desde emissões diretas até aquelas relacionadas à cadeia de fornecedores.
- Escopo 1: emissões diretas da combustão de combustíveis nas instalações.
- Escopo 2: emissões indiretas envolvendo energia adquirida, como eletricidade e aquecimento.
- Escopo 3: emissões indiretas relacionadas a fornecedores e logística.
Este detalhamento permite uma visão completa e ajuda a identificar oportunidades concretas para reduzir impactos ambientais e aumentar a eficiência operacional, como evidenciado em relatórios setoriais recentes.
| Empresa | Foco na Redução de Emissões | Exemplo Prático |
|---|---|---|
| Natura | Energia renovável e compensação | Investimentos em créditos de carbono e uso de energia solar |
| Itaú Unibanco | Otimização energética e parcerias sustentáveis | Digitalização de processos e exigência de fornecedores com baixa emissão |
| Ambev | Eficiência de operações e economia circular | Redução de desperdício e reaproveitamento de materiais |
Medir para transformar: como calcular a pegada de carbono da sua empresa
O processo de cálculo da pegada de carbono requer uma análise precisa das fontes emissoras. Empresas como Vale e Magazine Luiza têm implantado sistemas avançados de monitoramento para coletar dados essenciais: consumo de energia, transporte, resíduos e outros fatores que influenciam diretamente as emissões.
- Identificação das fontes de emissões em todos os escopos.
- Coleta sistemática e confiável de dados operacionais.
- Conversão dos dados utilizando fatores de emissão específicos para cada tipo de atividade.
- Comparação com benchmarks do setor para definir metas realistas.
- Desenvolvimento de planos de ação claros para monitorar e avançar nas reduções.
Ferramentas digitais e consultorias especializadas, como destacadas no Delta Energia, oferecem suporte para transformar dados brutos em estratégias eficazes, ampliando o alcance dos objetivos ambientais.
| Fase | Descrição | Benefícios |
|---|---|---|
| Coleta de dados | Registro detalhado do consumo energético, transporte e resíduos | Base para monitoramento preciso e identificação de fontes críticas |
| Conversão em CO2e | Aplicação de fatores de emissão para quantificação padrão | Permite benchmarking e relatórios transparentes |
| Análise e planejamento | Avaliação dos dados para definição de metas e ações | Foco em redução eficaz e redução de custos |
Estratégias eficazes para reduzir a pegada de carbono e aumentar a sustentabilidade empresarial
Reduzir a pegada de carbono é um desafio que tem sido enfrentado com inovação e compromisso em todo o Brasil. Empresas como Suzano e Banco do Brasil implementam uma série de ações práticas, a partir de:
- Adoção de energias renováveis: Solar, eólica e biogás, promovendo a transição energética e diminuição da dependência de fontes fósseis.
- Otimização da eficiência energética: Modernização de equipamentos, monitoramento em tempo real e automação de processos.
- Eletrificação de frotas e processos: Substituição de veículos a combustão por veículos elétricos, com redução significativa de emissões diretas.
- Implantação de economia circular: Reciclagem, reutilização e escolha por materiais de menor impacto ambiental.
- Compensação de emissões: Investimento em projetos de reflorestamento e programas de créditos de carbono para equilibrar emissões residuais.
- Engajamento dos colaboradores: Programas de sensibilização e promoção de práticas sustentáveis internas, como uso do transporte coletivo ou bicicletas.
Organizações pioneiras compartilham resultados positivos neste movimento, destacando não só a contribuição para o meio ambiente, mas também ganhos em competitividade e redução de custos operacionais. O papel da inovação tecnológica, especialmente com inteligência artificial para análise e otimização energética, reforça a viabilidade dessas iniciativas em escala.
| Medida | Objetivo | Benefício principal |
|---|---|---|
| Adoção de energia renovável | Reduzir emissões indiretas (Escopo 2) | Diminuição do uso de combustíveis fósseis e redução dos custos de energia |
| Eficiência energética | Reduzir emissões diretas e indiretas | Aumento da produtividade e economia financeira |
| Eletrificação de frotas | Reduzir emissões em transporte (Escopo 1 e 3) | Menor impacto ambiental e melhoria da imagem corporativa |
| Economia circular | Reduzir emissões associadas à produção | Redução de desperdício e fortalecimento da imagem sustentável |
| Compensação de emissões | Neutralizar emissões residuais | Equilíbrio ambiental e cumprimento de metas climáticas |
Parcerias e o papel da cadeia de fornecimento na redução da pegada
Empresas como SAB Miller e Magazine Luiza reforçam a tendência de incorporar fornecedores comprometidos com práticas verdes, ampliando a redução das emissões em Escopo 3, aquele componente da pegada que decorre das atividades indiretas. Ao envolver toda a cadeia de valor, aumentam-se as possibilidades de impacto positivo e melhora da sustentabilidade corporativa.
- Estabelecer critérios ambientais rigorosos para seleção de fornecedores.
- Fomentar a adoção de tecnologias e processos de baixo carbono entre parceiros.
- Monitorar e reportar regularmente as emissões da cadeia de fornecimento.
- Investir em capacitação e incentivos para práticas sustentáveis em fornecedores locais.
Estes movimentos alinhados são essenciais para o sucesso da estratégia global de descarbonização e reforçam o compromisso empresarial com as metas do Acordo de Paris.
Chamo-me João Silva e vivo em Lisboa. Há mais de 12 anos que trabalho no jornalismo, com especialização em temas económicos, sociais e ambientais. Apaixonado pelas transformações digitais e sociais, gosto de analisar as tendências atuais e explicá-las de forma clara e acessível.