Três dias depois de decretar um confinamento permissivo, com 24 exceções, para fazer face ao segundo maior surto de novos contágios de Covid-19 do mundo e o terceiro maior em número de mortos com a doença, o primeiro-ministro António Costa anunciou, em 18-1-2021, mais algumas regras de limitação da liberdade de circulação e de funcionamento de espaços comerciais e públicos:
- proibição seletiva de circulação entre concelhos ao fim-de-semana;
- estabelecimentos comerciais encerrados às 20 horas durante a semana e às 13 horas ao fim-de-semana (salvo retalho alimentar até às 17 horas);
- proibição seletiva de venda ao postigo (salvo alimentação, mas não bebidas);
- proibição da permanência e do consumo de bens alimentares nas imediações de estabelecimentos;
- fecho dos espaços de restauração em centros comerciais;
- proibição de saldos “que promovam a deslocação de pessoas” (sic);
- proibida a permanência em jardins e outros espaços públicos;
- limitação do acesso a frentes marítimas e ribeirinhas, e espaços para jogar ténis ou padel;
- Encerrados centros de dia, de convívio e as chamadas “universidades seniores”;
- deslocações para trabalho presencial precisam de credencial da empresa;
- reforço da fiscalização das forças de segurança, mormente junto das escolas, e da Autoridade para as Condições do Trabalho sobre as empresas.
- as escolas continuam abertas;
- os centros de atividade de tempos livres (ATL), que foram fechados no dia 15 de janeiro, são agora reabertos.
A imposição brusca de novas medidas restritivas da liberdade de circulação, pessoal, social e comercial, responde, ainda que timidamente, às críticas políticas, inclusive do Presidente e candidato Marcelo Rebelo de Sousa, de instituições e da população nas redes sociais.
A Ordem dos Médicos alerta que, nos hospitais, à falta de pessoal e de recurso, já se escolhe quem se trata e quem se deixa morrer.
O Governo socialista não acautelou o impacto possível da segunda vaga da pandemia, preparando os hospitais e protegendo os lares de terceira idade. A aceleração do contágio e das mortes surpreendeu o executivo.