Uma ministra sem qualidades

O actual Governo é composto por um conjunto de pessoas sem qualidades. Quase tudo gente que saltou da faculdade para o PS, do PS para a Assembleia da República, desta para os gabinetes ministeriais e daqui para o Governo. Salvo raras excepções, os ministros do Governo liderado por António Costa não possuem experiência profissional fora da bolha da função pública, empresas do Estado e Partido Socialista.

Mariana Vieira da Silva é um exemplo da falta de qualidades e da ausência de experiência profissional fora da bolha do Estado. Filha do ex-ministro Vieira da Silva, fez a licenciatura em sociologia na madraça socialista e de lá só saiu para desempenhar as funções de assessora da ex-ministra da educação e actual reitora da madraça. Mariana nunca se submeteu a um concurso para arranjar um emprego, jamais teve um emprego fora da bolha do ISCTE/IUL de onde saiu para entrar no Governo e assumir, primeiro, uma secretaria de estado e, depois, uma pasta ministerial.

Exemplos como este revelam duas coisas: o PS é um partido que se alimenta e vive do nepotismo; o PS é o partido do Estado que governa apenas para metade do país. Quando um partido deste tipo ocupa o Estado durante tantos anos é de esperar o empobrecimento daquela metade de Portugal que está fora da bolha estatal. Ora, isso é o que acontece há mais de duas décadas.


Ramiro Marques

* O autor usa a norma ortográfica anterior.

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  • Nem mais! O que não significa que com qualquer outro partido fosse diferente. Até porque, da direita à esquerda, não há um único partido que proponha a reforma do sistema eleitoral, estando todos eles muito contentes com a possibilidade de elegerem aqueles que colocam nos lugares eligíveis das listas fechadas ao ordenamento dos eleitores – e portanto elegerem quem querem – muito antes do primeiro voto cair nas urnas.
    O grande problema são as listas fechadas, condição sine qua non para a corrupção, para o tráfico de influências, para a recompensa de lealdades partidárias à margem dos interesses dos eleitores.

    O truque vem desde a monarquia constitucional e levou Eça a dizer que “eles elegem-nos e nós votamos neles”. Eles, os partidos, continuam hoje a eleger os deputados que querem eleitos colocando-os nos lugares eligíveis das listas fechadas. Aos eleitores apenas compete o direito de subscrever essa eleição partidária prévia e por isso se vota em listas. Podem votar em branco, podem não votar para conscientemente não serem colaboracionistas na fraude institucional, mas pouco importa. Os partidos continuam a eleger os deputados que querem ver eleitos.

    A situação é tão caricata que os candidatos que figuram nos primeiros lugares – os lugares eligíveis – dessas listas fechadas ao ordenamento dos eleitores, muito antes do primeiro voto cair nas urnas já podem comemorar a sua eleição. Se é assim, para quê votar? Não sabemos nós eleitores, depois da divulgação dessas listas, quem vai ser eleito com probabilidade de 100%, 90%, 80%? E se sabemos quem vai ser eleito com probabilidade acima de 80%, não configura esse facto um tipo de fraude eleitoral?

    O ISCTE/IUL e as marianas desta vida são apenas uma consequência deste sistema que o permite e que nenhum partido está interessado em alterar. Estamos nas mão de autênticas organizações mafiosas a coberto de prerrogativas constitucionais elaboradas por essas mesmas organizações mafiosas.

    • Por vezes o comentário supera o artigo …

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