Investimentos titânicos em renováveis!

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Notícia do dia 20-10-2023, da Agência Lusa:

Os Estados-membros da União Europeia (UE) têm de aumentar massivamente a capacidade de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis e fornecer recursos de flexibilidade adequada para não depender das alterações climáticas, segundo um relatório hoje [20-10-2023] publicado.

O relatório – da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e da Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER, na sigla inglesa) – destaca que, para serem cumpridas as metas de descarbonização fixadas pela UE, os 27 terão de investir na capacidade de produzir energia elétrica a partir de fontes renováveis.

Para além disto, recomendam, “para gerir a produção dependente das condições meteorológicas, o sistema energético deve fornecer recursos de flexibilidade adequados em escala, tanto do lado da procura como da oferta”.

O relatório conjunto de duas agências da UE recomenda aos Estados-membros “sinergias de colaboração para desbloquear a flexibilidade e reforçar a segurança energética, contribuindo simultaneamente para a neutralidade climática a longo prazo”.

A geração de energia a partir de fontes renováveis, salientam a AEA e a ACER, “tem de duplicar até 2023”, de modo a cumprir as metas fixadas para o bloco: reduzir as emissões de gases com efeito de estufa pelo menos em 55% até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050 e produzir 42,5% da eletricidade a partir de renováveis até 2030.

A aposta nas fontes renováveis tornou-se ainda mais importante, refere ainda o relatório, na sequência da invasão russa da Ucrânia, que levou a embargos à importação de combustíveis fósseis produzidos na Rússia.

Para as agências da UE, “o sistema elétrico interconectado da Europa também faz parte da solução, permitindo que a flexibilidade – e as energias renováveis – sejam adquiridas além-fronteiras”.

As principais alavancas para avançar nas fontes de eletricidade renováveis incluem “um melhor planeamento e previsão, uma maior utilização das interligações, bem como incentivos financeiros e informações fiáveis para que os consumidores de eletricidade possam adaptar a procura quando necessário”.

A flexibilidade é definida como a capacidade do sistema elétrico de se ajustar às flutuações da produção e do consumo de energia.

Atualmente, segundo as duas agências, as centrais de gás proporcionam grande parte da flexibilidade, mas, com a transição para as energias limpas, são necessários outros tipos de recursos, tanto do lado da procura como do lado da oferta.

Nota da redação:

Confronte-se esta notícia com esta outra de 9-10-2023 da mesma Agência Lusa, também referida pelo Inconveniente a 10-10-2023 e onde se fala de investimentos de milhares de milhões de euros.

Tal como previa também o nosso editor para Energia e Ambiente, Henrique Sousa, em artigo de investigação de 3-7-2023, os investimentos em renováveis têm de ser muitas vezes superiores aos de soluções convencionais – para “salvar” uma pequena parte do planeta.

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Latest comments

  • Tomar decisões, ou apenas definir perspectivas com base em tecnologias imaturas, mesmo insuficientes, é próprio de gente imatura/incompetente, ou não sendo, o qualificativo não será assim tão suave.
    É o caso deste dirigentes, não eleitos, desta quase desunião europeia.

    Não há nenhuma garantia de que o desenvolvimento tecnológico atingirá os objectivos que esta gente pretende impor. Desconhecem, na sua ignorância ou má fé, que o desenvolvimento tecnológico não é exactamente programável a partir de generalidades e de pretensões apenas.
    Não vale a pena contrapor a esta gente politicamente azougada argumentos razoáveis, basta lembrar a ‘polémica’ havida entre o Professor Clemente Pedro Nunes e o inútil Galamba, em que este refere Clemente Pedro Nunes como “aldrabão encartado”, revelando com isso a sua índole rasca, por isso eles irão sempre manter-se naquela ‘fézada’.
    É este tipo de gente que acha que a ideologia dirige a Física e a Tecnologia, enfim …
    E Bruxelas também tem por lá gente de gabarito parecido.

    Mas as dificuldades não se ficam por aqui.
    Dizem as entidades referidas no texto que são necessários muitos milhares de milhões para uma vez mais, generalidades.
    E este é um busílis mui complicado.
    O BCE lá vai ‘fazendo’ dinheiro que vai dando para manter o actual status quo europeu, até ver. Só que isto não vai durar por muito mais tempo pois, não referindo outras circunstâncias, os USA vão cortar na ajuda à Ucrânia e, à UE, não convém que a guerra acabe em breve. Assim, vão ter decidir se, ou pagam a guerra à mesma Ucrânia, ou pagam a sua reconstrução. Não me
    parece que a impressora faça dinheiro que preste para esses fins.
    Sim porque os USA vão dizer que já pagaram a guerra até agora e daqui para a frente a Europa que se adiante, se quiser …

    Concluindo, se a ‘coisa’ não se gorar pela técnica ficará a meio caminho pela finança .

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