
Do que se pode ler no Observador, de 15-5-2021, o Governo já decidiu resolver o problema Carlos Alexandre: integra o TIC (Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa) no TCIC (Tribunal Central de Instrução Criminal), vulgo Ticão, aumenta para nove o quadro de juízes e cria aí duas secções no tribunal: uma nacional e outra para Lisboa.
Mas se o Presidente da República não deseja que se faça alterações no Ticão agora – para que não se diga que o poder político as faz para afastar o juiz Carlos Alexandre dos processos poderosos – como deu a entender na entrevista de ontem à RTP, qual a pressa do Governo socialista?
O juiz Ivo Rosa, que decidiu a instrução do processo Marquês no sentido que agradava ao atual primeiro-ministro, pronunciando José Sócrates por bagatelas penais, terá pressa de assumir o lugar em New York com que António Costa e Guterres, padrinho político do ex-primeiro-ministro, o premiaram; e quer estar longe quando o Tribunal da Relação lhe reverter a decisão do processo.
Por outro lado, com apenas dois juízes no Ticão, apesar do atual controlo governamental do algoritmo e do mecanismo de “sorteio” dos processos no Ticão, haverá sempre a necessidade de calhar algum processo mais delicado a Carlos Alexandre. Se o número de juízes aumentar para nove, a indignação do povo com o “sorteio” dos processos poderosos, desaparece…