
Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu a reprivatização da TAP, em entrevista à RTP, em 29-12-2020, enquanto candidato (ver Eco, de 29-12-2020).
O Presidente da República afirmou que a solução para a TAP “não é estatizá-la, gastando o Estado uma fortuna, nem levá-la à falência, mas sim prepará-la para uma parceria com uma Lufthansa”. Em 11 de dezembro, o Presidente já havia dito que o Estado tinha de preservar a companhia aérea, “por uma razão muito simples: chama-se comunidades portuguesas“. Marcelo não explicou como é que as comunidades portuguesas ficavam sem ligações aéreas se desaparecesse a TAP.
Cumprindo uma vontade antiga dos governos portugueses de alienar a companhia aérea, em 12-11-2015, o governo de Pedro Passos Coelho privatizou 61% da TAP, vendendo essa quota a David Neeleman (da brasileira Azul) e a Humberto Pedrosa (do grupo Barraqueiro).
Em fevereiro de 2016, o novo governo socialista de António Costa, amparado numa coligação parlamentar que incluía os leninistas do PC e dos troskistas do Bloco de Esquerda, recompra 11% da empresa e fica com o controlo estratégico da companhia.
Em julho de 2020, o segundo Governo Costa, que mantém o apoio parlamentar leninista e trotskista, recompra mais uma parcela do capital e David Neeleman sai. O Estado passa a deter 72,5% da companhia, enquanto Humberto Pedrosa fica com 22,5% e os pilotos com 5%.
No plano enviado à Comissão Europeia em 10-12- 2020, o Governo admite injetar 3,4 mil milhões de dinheiro do Estado na subsistência da companhia.
Há um consenso partidário, mais ou menos discreto, para que o Estado continue a sustentar a empresa, como tem feito ao longo dos anos, sem expetativa de recuperação.
José Leite