Silêncio e medo

Imagine-se que, sem qualquer aviso de pandemia ou da descoberta de um novo vírus, alguém se apresentava na urgência de um hospital com tosse, febre, dores de cabeça e falta de ar. Como reagiriam os profissionais de saúde, mormente os médicos?

Daquilo por que quase todos já passámos, o doente seria submetido a exames que possivelmente não iriam detetar nenhum vírus mas dariam informação sobre o estado geral do doente e indicações sobre a terapêutica mais indicada. Não me parece que os médicos tivessem algum prurido em prescrever qualquer medicamento ou procedimento que, no entender deles, pudesse ajudar a resolver a situação, com ou sem sucesso.

Porém, por aquilo que se sabe das informações acerca da Covid-19, não deve, ou não pode, ser administrado ao doente nenhum medicamento ou procedimento não aprovado para tratar a doença. E é de supor que, uma vez diagnosticada a doença, haja “receio” por parte dos médicos em ir contra as recomendações superiores, até porque não estarão isentos de consequências e são sujeitos ao escrutínio dos pares, ficando receosos de errar ao adotar procedimentos não recomendados superiormente. Isto porque se trata de uma doença VIP, com recomendações que vêm da autoridade máxima de saúde que não deixa margem de manobra aos profissionais.

O teatro que foi montado em torno da doença, comandado do alto pela OMS, manietou a maioria dos médicos e reduziu as suas possibilidades de intervenção preventiva e curativa. Deste modo, foi quase impossível descobrir tratamentos, porque apenas foram feitos pequenos ensaios clínicos dispersos por vários países que nada permitiram concluir. Exceção seja feita aos corticosteróides (recentemente “autorizados” pela OMS) que qualquer médico teria receitado para a falta de ar, como os receita a um asmático.

A forma como a OMS controlou a gestão da pandemia deu gás às teorias da conspiração. De entre a classe médica falante, foram escolhidos aqueles “especialistas” que concordam com as medidas oficiais. Tem sido deveras confrangedor ouvir “especialistas” a não saberem dizer mais nada às pessoas do que a ladainha de “lavar as mãos, manter distanciamento social, usar máscara…”. As raríssimas exceções são devidamente silenciadas (Jorge Torgal, por exemplo) e os restantes têm muito medo de falar…

Mesmo aqueles que acham que se podia ter agido de forma diferente, têm receio do epíteto de “negacionista”. Mas quem disponha de informação rigorosa e de sentido crítico apurado, compreende que a agenda do combate à pandemia é mais larga do que se faz crer.


Henrique Sousa

Partilhar

Written by

Sub-diretor do Inconveniente

Latest comments

  • Saltou-me aos olhos as palavras “medicamento ou procedimento Não aprovado” no seu texto.
    Para esclarecer melhor, com ou sem pandemia os médicos, em toda a UE, só podem prescrever medicamentos aprovados, pelas entidades reguladoras nacionais ou directamente pela EMA (European Medicines Agency). Há casos excepcionais em que é consentido o uso de fármacos experimentais, mas os termos da sua utilização é regulamentado também. A prescrição de medicamentos Offlabel ou seja, com dosagem, modo de uso ou indicações diferentes das aprovadas não é consentida a nível legal. Igualmente, os medicamentos vendidos sem receita médica, estão sujeitos a registo e aprovação, antes de serem comercializados.

    • Boa noite.
      No que me toca, um muito obrigado pelo, verdadeiro, serviço publico.
      Outra coisa que salta à vista são os preços. É mais que escandaloso o que se andou/anda a fazer.

Post a Reply to Maria J. Cancel Reply