Restrições em Roterdão: uma orgia de violência

Segundo notícia da Agência Reuters de 20-11-2021, foram detidas 51 pessoas e 3 ficaram gravemente feridas durante manifestações de protesto contra as medidas COVID-19 na cidade holandesa de Roterdão, que o mayor da cidade, Ahmed Aboutaleb, classificou como “uma orgia de violência”.

Centenas de manifestantes terão incendiado carros, lançado fogos de artifício e atirado pedras contra a polícia durante os protestos na noite de 19-11-2021. A polícia respondeu com disparos de armas e com canhões de água. “A polícia foi forçada a sacar das armas e disparar tiros diretos“, disse o mayor Ahmed Aboutaleb numa entrevista coletiva na manhã de 20-11-2021.

Questionado sobre o carácter da manifestação, Aboutaleb disse que foi “uma orgia de violência, não consigo pensar noutra forma de a descrever.”

As autoridades informaram ter detido mais de 20 pessoas, esperando deter outras, uma vez que o centro da cidade, onde ocorreram os distúrbios, está equipado com câmaras de vigilância.

Os manifestantes juntaram-se para exprimir a sua oposição aos planos do governo de confinamento de três semanas e limitação da circulação em locais fechados a cidadãos que não tenham o “passaporte Covid” que ateste terem sido vacinados, recuperado da infeção ou testado negativo.

A Holanda voltou, assim, a impor algumas medidas no sentido de reduzir os contágios, mas as infeções diárias encontram-se no nível mais alto de sempre desde o início da pandemia. As autoridades referem um recorde de mais de 23.000 novos casos no dia 18-11-2021, bem acima da pico anterior de 13.000, alcançado em dezembro de 2020.

Com 72% da população vacinada contra a doença, o país atravessa o início da vaga outonal semelhante a outubro de 2020 em termos de mortes e internamentos, quando não havia vacinas ou certificados digitais, tendo havido nessa altura um confinamento parcial e o encerramento de bares e restaurantes, que agora se mantêm abertos com horários reduzidos.

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Sub-diretor do Inconveniente

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