
O Partido Socialista, através do deputado Francisco Assis, vai apresentar na Assembleia da República um projeto de lei que determina a nova forma de discurso correto não ofensivo sobre as mulheres.
Nós, população inconveniente, iremos, tanto quanto possível, tentar respeitar esta norma se, e quando, for aprovada pela maioria parlamentar. O que esperamos que não aconteça.
Esta nova imposição sobre o discurso põe em evidência a limitação da língua portuguesa quando comparada, por exemplo, com a alemã. Na língua alemã, o plural dos artigos definidos “a” e “o”, der e die, é die. Assim, quando nos referimos à população contribuinte, diz-se die Steuerzahler, agradando a todos porque die é plural para elas e eles. Mas já Steurzahler (pagador de impostos) é singular e plural do masculino ao mesmo tempo.
Além disso, os alemães chamam os bois pelos nomes: pagador de impostos é “pagador de impostos” e não “contribuinte”, como nós dizemos para adoçar a pílula fiscal. Quando os alemães querem chamar um nome feio a alguém, dizem Arschloch (buraco do cu) e não “filho da puta” como nós, o que é uma ofensa às mulheres nem sequer culpadas da zanga.
Francisco Assis explica que se trata de uma norma inclusiva já que as mulheres são consideradas ainda como uma minoria desprotegida, como os gays e diversas etnias, estes sim em minoria na população contribuinte.
Temos ainda muito que aprender com Francisco Assis e com os alemães que, devagar e com jeito, vão montando o sujeito português!
Henrique Sousa