A pandemia viral que assola o mundo foi declarada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em 11-3-2020. Na mesma altura, o vírus em questão foi batizado como SARS-CoV-2 e a doença que ele provoca foi designada COVID-19 (porque surgiu em 2019).
Dezassete meses depois de declarada a pandemia, não se sabe ainda se vai terminar ou, se terminar, quando e como será. Sabe-se contudo que nenhuma pandemia deixou de ter fim: passaram a doenças endémicas e/ou sazonais. Todos os anos, quando se aproxima a época das gripes e pneumonias, as pessoas são incentivadas a vacinar-se, principalmente as mais idosas e de grupos de risco.
Na grande pandemia de 1918, que matou mais de 50 milhões de pessoas no mundo, ninguém sabia que se tratava de um vírus, o H1N1. Nessa altura, não havia vacinas, nem tratamento.
Na pandemia de 1957 pelo vírus H2N2, que matou 4 milhões de pessoas no mundo, as vacinas não estavam disponíveis para uso comum.
Em 1968, na pandemia do vírus H3N2, os EUA produziram 22 milhões de vacinas que, quando ficaram prontas, já o pior da pandemia tinha passado. O fenómeno repetiu-se em 2009 para o vírus H1N1 em que foram produzidas centenas de milhões de vacinas, tendo depois muitos países cancelado as suas encomendas porque já não precisavam delas.
Estes vírus desapareceram? Não! Circulam ainda variantes. Mas a sua propagação é dificultada pelo facto de muitas pessoas terem já desenvolvido imunidade por terem sido infetadas ou vacinadas.
Na pandemia que agora enfrentamos, do SARS-CoV-2, já morreram 4 milhões de pessoas. Este número continua a aumentar, estando a almejada imunidade de grupo ainda longe de ser atingida porque o número de infetados ou vacinados é pequeno. No mundo, neste momento, há apenas 2,3% de casos confirmados de infeção e 11% de vacinação completa.
Pode ser que nem todos os casos tenham sido confirmados e que haja muito mais casos do que os números conhecidos referem. Existem estimativas, como esta, que apontam, nos EUA, para cerca de dez vezes mais casos que os confirmados. Isto é, assumindo que o mesmo se aplica a todo o mundo, 23% das pessoas já terão sido infetadas, pelo que, incluindo vacinados, podemos estar perto dos 30% de pessoas imunes. Esta estimativa não leva em conta que nos países mais pobres não se realizam tantos testes como nos EUA, pelo que se trata, provavelmente, de uma estimativa por baixo.
Se em 17 meses se atingiu 30% de infetados em todo o mundo, pode ser que daqui a 22 meses se atinja a imunidade de grupo no mundo – isto se o crescimento de novos casos for sensivelmente linear como tem sido até agora. É de esperar, no entanto, um abrandamento do crescimento à medida que mais pessoas vão estando imunizadas, pelo que talvez a pandemia possa persistir para além dos 22 meses.
Se, porém, o número de imunizados for superior à estimativa de 30%, a pandemia poderá acabar mais cedo. De qualquer modo, podemos contar que em 2022 ainda estaremos em plena pandemia e que só em 2023 esta possa começar a recuar.
Mas – há sempre um “mas”… – existem 11 variantes deste vírus reconhecidas pela OMS como preocupantes ou de relevo. As variantes do vírus poderão alterar as expetativas otimistas, se a eficácia das vacinas não for tão boa. Também existe a possibilidade de aparecerem pandemias de novos vírus que saltem dos animais para o homem ou, mais provável, fujam dos laboratórios de Nível 4 de segurança, onde os vírus de animais são transformados para atacar o homem com eficácia melhorada (gain of function) para serem usados em guerras biológicas…
Henrique Sousa
Manuel Graça / Julho 12, 2021
A ONU, as variantes e o cúmulo da distracção.
https://andre-dias.net/quando-vos-tentarem-enfiar-variantes-pela-goela/
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Maria J. / Julho 12, 2021
Talvez se saiba a verdade sobre este Covid-19 daqui a cem anos, quando os historiadores se ocuparem da nossa época.
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