“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.”
João 10:11.
Para os pastores do episcopado que encobriram os abusos sexuais sobre menores praticados por padres subordinados, a preservação dos lobos e a salvaguarda da imagem da Igreja parecem ter sido mais importantes do que a proteção do rebanho: não os denunciaram às autoridades, mantiveram-nos em funções e transferiram-nos de paróquia ou de ofício onde continuaram a abusar de crianças. Os lobos sentiram-se, assim, livres para prosseguir os abusos nas terras para onde foram enviados para a cura das almas.
Nesses atos de horror, cometeram os abusadores o maior pecado que o Evangelho evoca e cujo castigo Cristo avisa ser pior que a mó de moinho atada ao pescoço e o lançamento nas profundezas do mar. E os bispos que os tutelavam negligenciaram a sua obrigação perante Deus e os homens, devendo responder perante a justiça divina e terrena.
Sublinhe-se que a pedofilia é uma tara, mas o assédio e a consumação dos abusos sexuais sobre crianças e adolescentes é crime. O risco de abusos sexuais sobre menores nas paróquias e ofícios confiados não podia ser negligenciado pelos bispos: de certo modo, sabiam o que podia suceder, não preveniram e resignaram-se com o resultado eventual.
Os abusos sexuais sobre menores perpetrados por padres (pessoas consagradas e colaboradores da Igreja) são especialmente condenáveis porque, além do poder sobre a criança ou adolescente, educando na catequese, membro de grupo de jovens ou escuteiro, que o clérigo dirige, ele vale-se da sua tutela espiritual para a realização do abuso, deixando as crianças e adolescentes abusados em extremo e insuportável sofrimento, sendo o abuso ainda agravado, como uma dupla violação, quando esse menor não tem sequer orientação homossexual.
António Balbino Caldeira
Diretor
João Correia / Janeiro 6, 2023
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