O Presidente dá República Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista a António José Teixeira, RTP-1, 13-5-2021, pronunciou-se sobre a questão da extinção do TCIC (Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. vulgo Ticão), em resposta à insistência do jornalista “é que há dois juízes em Portugal…”:
“Vários partidos tiveram sobre isso opiniões diferentes. Provavelmente, por aquilo que já ouvi à senhora ministra da Justiça em público também, mantendo o tribunal, também já disse que é uma matéria de reflexão. A reflexão tem que ser feita desta maneira. Tem que ser feita, por um lado, não dando a sensação de que qualquer decisão que seja tomada é uma decisão pessoal ou conjuntural. (…) Porque há um processo que se fala, outro processo que se fala, outro processo que se fala. Nem a favor, nem contra. É porque realmente, ponderando o conjunto, se chega à conclusão de que é uma solução que é melhor do que aquela que existe.”
Portanto, Marcelo aceitará o desmantelamento deste tribunal pelo Governo socialista, removendo a pedra Carlos Alexandre do tabuleiro do xadrez onde os entalados sistémicos estão sob cheque.
Ainda que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Superior de Magistratura, António Piçarra, a poucos dias da jubilação, e para suavizar a avaliação final de colaboração com os socialistas, tenha hoje defendido que, atendendo a que se distribuam apenas 20 processos ao Ticão por ano, não se justifica aumentar o seu número de juízes…
O problema de Marcelo contra os megaprocessos do Ministério Público, que critica, e o Ticão que os instrui, parece ser a referência da sua namorada Rita Amaral Cabral no processo Espírito Santo (Sábado, 15-4-2021).