O socialismo precisa de dois fatores para se instalar num território: a existência de uma elite que se julga legitimada para interpretar e executar a “vontade do Povo”, porque pensa que é portadora do destino histórico, e um Povo que deixou de acreditar na soberania e autodeterminação e, em consequência, entregou os seus destinos à elite iluminada que controla o Partido e o Estado.
Quando os socialistas se encontram no processo de conquista do poder, o seu principal inimigo é a meritocracia. Por isso é tão importante o controlo do currículo e das escolas. É aí que se torna mais fácil impedir que o mérito seja o critério principal de escolha e seleção. O Povo tende a acreditar nas vigarices e mentiras socialistas e acaba por aceitar a ideia de que o mérito é incompatível com a igualdade e a inclusão. Portugal está nessa fase há algumas décadas para cá. Nunca esteve tão perto de preencher todos os requisitos de um país socialista, ainda que com as nuances europeias.
Fora das escolas, na administração pública e nas empresas estatais, os socialistas dão continuidade à supressão do mérito, entregando os cargos e lugares de decisão à elite e respetiva família. O Povo e os media avençados desculpabilizam a corrupção e o nepotismo dos socialistas porque creem que o fazem com boas intenções, prosseguindo uma finalidade maior e boa: a igualdade e a inclusão.
É pois normal que, assim que os socialistas controlem o Estado, eles recrutem para os lugares de responsabilidade e decisão os seus familiares porque eles, uma vez instalados, são, na verdade, os donos disto tudo. Controlado o Estado e a economia o processo fica quase concluído, bastando para tal a criação de um sistema e uma rede de subsídio-dependência que garanta aos socialistas uma base eleitoral ganhadora. Ora, uma coisa e outra já se verificam em Portugal.
Os socialistas não são parvos. Ao invés, andam nisto há vários séculos e sabem muito sobre como conquistar e conservar o poder. Para poderem distribuir riqueza e manter o Povo subsídio-dependente no limiar da pobreza ou um pouco acima, necessitam de empresas privadas que aceitem o papel de financiadoras forçadas do sistema à custa do saque fiscal. Não esquecer que, para os socialistas, a propriedade é um roubo. Por isso estão legitimados para “ir atrás dos criadores e acumuladores de riqueza”.
Ramiro Marques
Maria Paula Cepa Jordão / Fevereiro 4, 2021
Muito bom
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Manuel Graça / Fevereiro 4, 2021
Muito bem.
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Velho do Restelo / Fevereiro 5, 2021
Partindo do princípio que as sociedades evoluem da mediocridade para a perfeição e não em sentido contrário, não seria de esperar outro resultado quando se atribui um voto a cada um independentemente do mérito!
Sendo o mérito um valor escasso, por que raio iriam os votantes medíocres apostar no mérito ? Claro que votam na “valorização” da mediocridade (1), e da corrupção porque vêm nessas vias a possibilidade (ainda que remota) de chegar ao pote.
Claro que esse comportamento vai contribuir para a continuidade da mediocridade, mas ao votante medíocre (maioria) só interessa o curto prazo.
Não vejo por isso grande mérito dos xuxas, limitam-se a usufruir dum erro consensual.
(1) Excepto no que respeita à saúde, o médico convém que seja competente, mas ainda assim minimamente corrupto para passar um atestado falso em caso de necessidade.
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