O que estão a ensinar aos Professores para ensinarem aos filhos da população?

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O Ministério da Educação cumpre as directivas vindas de Bruxelas. Bruxelas ajoelha-se a outras organizações internacionais como as Nações Unidas que usam o dinheiro para subsidiar quem multiplica as suas agendas “progressistas” e ameaçam não ajudar os que (como alguns países africanos, a Hungria e mais um ou dois países) não as querem promover.

Os liberais progressistas, pró-políticas identitárias, visam destruir e redefinir a família, os relacionamentos marido-mulher/pais-filhos, a sexualidade, dar prioridade à ideologia sobre a ciência, preferem alterar a conservar princípios (p. ex: a hierarquia homem-animal tem vindo a ser reduzida através da defesa de um crescente aumento dos direitos dos animais como o não à morte antecipada de animais pelo PAN, mas, por outro lado, um sim de alguns partidos à eutanásia de pessoas).

A agenda “liberal progressista” procura através do multiculturalismo (diferente de interculturalidade) desfazer a prioridade de uma cultura melhor sobre uma pior (canibalismo em várias culturas; mutilação genital em África; “pés mutilados na China”; morte na pira funerária…) e promover o sincretismo/ecumenismo no campo das religiões, visando uma orientação e confluência para princípios globais de paz, de meditação de raiz oriental, tomando de assalto a visão Cristã de Um só Caminho feito de Deus e para Deus (Cristo).

Na linha da espiritualidade da Nova Era (New Age) que integra paganismo, o culto aos elementos da natureza deificada, as orientalidades do karma, da reencarnação, das energias, do ying e do yang, das pedras, incensos, com a busca de um deus dentro de si mesmo, e não fora de si mesmo, o Cristianismo tem sido relegado, e com ele os valores de família, educação e relacionamentos.

Os média e as decisões políticas dão um foco reduzidíssimo a assuntos importantes como o tráfico de órgãos, o isolamento e a falta de apoios na terceira idade, o emprego precário, a terrível dimensão da perseguição aos Cristãos, na Índia pelos hindus, na China pelo Partido, na Nigéria pelos muçulmanos Fulani… A lista continuaria.

Em nome da tolerância, os liberais progressistas, que afirmam defender a “moral” dos direitos civis, contradizem-se: são intolerantes para os que deles discordam ou ignoram grupos cujas liberdades fundamentais são desrespeitadas.

Quanto à Educação em Portugal, regra geral, o Ministério envia as decisões em DR, ou outras, para as Direcções; as Direcções das escolas enviam os diplomas legais para os Professores que, por sua vez, têm de os implementar.

São funcionários públicos… algumas Direcções defendem que os Professores conservadores não têm direito a expressar opinião própria, que têm de ser “neutros” quando a neutralidade é impossível para quem tem ideias e conceitos definidos.

Mas, se as ideias não forem conservadoras, podem e devem ser adiantadas em sala d’aula, porque estão alinhadas com o discurso político/ideológico. Esquecem que o Professor é, em primeiro lugar, uma pessoa, só depois, Professor, e que ser conservador não lhe retira idoneidade para falar. Os Professores conservadores têm de se defender de acusações de Pais, de outros Professores, da Direcção.

Não tenho ouvido queixas de Pais por os Professores ensinarem ideias “progressistas” ou elogios públicos por os Professores defenderem valores saudáveis. Também deveria haver apreciação.

A Formação de Professores nas Escolas Superiores e a formação feita pelo Ministério está a preparar Professores de acordo com as novas directrizes para o lançamento de disciplinas transversais, como por exemplo, a “Educação para a Cidadania” que complementam a “Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania“, visando um “perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória” ideológico (do género) e ninguém se apercebe de como, aos poucos, as coisas vão mudando. O Ministério tem feito formação de Professores para os “capacitar”.

A área da formação inicial e continuada de Professores tem de ser alvo de escrutínio com acordo da tutela. O que estão a ensinar aos Professores para ensinarem aos filhos da população? A encomenda é credibilizada pelo ME porque é feita de acordo com “compromissos”, as directrizes internacionais de “documentos de referência”, de Bruxelas, de Comissões, organizações internacionais: a União Europeia/o Conselho da Europa; a ONU/UNESCO e, a nível nacional, o Plano Estratégico para as migrações 2015-2020 e o V Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não Discriminação, 2014-2017.

É preciso que as famílias naturais saibam defender, nas escolas, mais do que boas “notas” para os filhos, deixando claro quais os “valores” que não lhes querem ver transmitidos/inculcados nas várias disciplinas e nas áreas transdisciplinares que têm vindo a ser introduzidas.

A ideia não dita é que em nome da Justiça social/democracia/equidade, da diversidade, da inclusão, da adaptabilidade a novos contextos, da igualdade nas relações interpessoais, da integração da diferença, há uma agenda marcada por domínios como a Igualdade de Género (que na verdade é ideologia de género), a Sexualidade (diversidade, direitos, saúde sexual – métodos anticoncepcionais – e reprodutiva – aborto –, bem-estar animal, a Educação ambiental, etc. Atenção: pois palavras como inclusão ou diversidade não têm de significar o mesmo para todos nós; presentemente, não podemos assumir que a definição ou âmbito da palavra diversidade, desigualdade, de amor para outrem, seja exatamente aquela que nós temos.

Quando um diploma, aparentemente com grande mérito, pretende que “todos os alunos [tenham] as mesmas condições”, temos de ver qual é o contexto (de que condições falamos?, em que domínios da vida?) o discurso tem de ser definido, porque a definição não é necessariamente a mesma para todos.

Há por detrás vontade política de que os alunos acabem por sair (quase) todos a pensar e a fazer o mesmo (mesmo que haja Pais que com tal não se identifiquem…), não apenas a vestir quase igual e a ouvir/gostar do mesmo tipo de música, a ter os mesmos passatempos ou gostos, mas também a defender as mesmas causas de direitos civis do pensamento liberal dito progressista (a ideologia de género é uma delas) acima da causa basilar das Liberdades Fundamentais (de expressão, de consciência, de religião…).

A Escola é um instrumento de “educação-doutrinação” em vários domínios em que as “massas” estarão em linha com o Estado num mundo assustadoramente global.

Veja-se a perseguição a cristãos na Nigéria pelos Fulani muçulmanos; na Índia, pelos grupos hindus; na China pelo partido marxista… O que é que ouvimos sobre estas notícias, em Portugal, nos jornais dos diversos canais de televisão?

Muito pouco, comparando com outras notícias “politicamente corretas” que são repetidas ad nauseum.

Por exemplo, o caso da família Mesquita Guimarães tem sido exaustivamente usado, não para esclarecer os cidadãos sobre o que realmente leva estes pais a proteger os seus filhos, mas sim para promover as “virtudes” da disciplina de “Cidadania e Desenvolvimento”, criada e imposta à Escola para acompanhar os alunos da Educação pré-escolar ao secundário. Ora, os conteúdos leccionados em Cidadania e Desenvolvimento, com especial ênfase na ideologia do género, são transversais a todas as disciplinas, ou seja, serão muitas horas a incutir as políticas identitárias e toda a agenda 20/30 em mentes muito novinhas, a criar o novo homem.  

A sexualização das crianças em idade precoce, bem como a hipersexualização da Educação (todas as disciplinas contribuírem, todos os atores educativos a contribuírem, ao longo de 3 ciclos, do básico ao secundário) poderá vir a favorecer efeitos de “entediamento/tédio” e com ele desvios/exageros na procura de novidade na conduta sexual, desvios ao que é natural, como a pornografia e comportamentos trans, que têm vindo a tornar-se familiares e aceitáveis entre um crescente número de crianças.

Já há alguns Pais e alunos que os evidenciam e/ou defendem, mais numas escolas do que noutras. A sexualidade dissociada de responsabilidade, de compromisso, de enquadramento justificativo e significativo torna-se uma arma que pode dar um tiro nos outros ou em si mesmo. O pudor e a modéstia são temas proibidos.

A corrente do “True Love Waits” (O Verdadeiro Amor Espera) nunca é posta na mesa da formação de Professores, mas deveria, porque daria um modelo de abstinência válido, eficaz na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e de gravidezes indesejadas.

A Escola parte do princípio que os adolescentes querem iniciar a sua vida sexual cada vez mais cedo e aprova/incentiva essa iniciação precoce, sob o pretexto de que os adolescentes devem ter liberdade para fazer sexo com quem quiserem, quando quiserem, desde que usem os métodos anti-concepcionais indicados em sala de aula. Afinal, não é à toa que a Juventude Socialista apresenta propostas, em Assembleias Municipais, para instalar máquinas de preservativos nas escolas do ensino básico.

Ao contrário, a mesma Escola não se preocupa em fazer com que aqueles que decidem deixar para mais tarde o que é de grande significado para eles e para os pais – a virgindade – não sejam gozados, perseguidos e sofram bullying por parte dos pares e, às vezes, dos próprios professores.

Esses, terão de se “adaptar” à maioria ou ao que se julga serem as necessidades da maioria. Onde está o respeito pela diferença, inclusão e diversidade? Ou será que este modelo de Cidadania só defende os que alinham nas suas políticas ideológicas, no seu “kamasutra do género“?


Maria Helena Costa

* A autora escreve segundo a anterior norma ortográfica.

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