
Num total de 9.298.390 eleitores inscritos votaram 5.389.705, ou seja, 57,96%. Dos 5.389.705 votantes, 41,68% votaram no PS, correspondendo a 2.246.637 de eleitores, isto é, 24,16% dos eleitores.
Num total de 230 mandatos atribuídos, o PS alcança, pelo método de Hondt, 117 mandatos, mais de 50% do total de mandatos, sendo por isso maioritário na Assembleia da República.
Se os partidos à direita do PS tivessem concorrido em coligação, teriam obtido uma votação superior à do PS, mas sem essa aliança eleitoral, por aplicação do método de Hondt, conseguem apenas 96 mandatos (regiões autónomas inclusive).
O método de Hondt, apesar de permitir a representação de partidos pouco votados, é favorável aos partidos mais votados:
“Entre as características do método de Hondt importa assinalar o encorajamento à formação de coligações, uma vez que o agrupamento de partidos leva a conseguir maior número de mandatos do que se concorressem isoladamente. Favorece no entanto os grandes partidos, não satisfazendo o critério da quota. A análise dos resultados eleitorais em Portugal, após 1975 mostra isso mesmo.”
Isto pode ler-se no site oficial da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna.
O método de Hondt é o sistema de distribuição de mandatos definido no Decreto-Lei nº 621-C/74 de 15-11-74, plasmado posteriormente na Constituição da República Portuguesa, de 1976 (art. 149.º n.º 1).
Na medida em que a direita optou por não formar coligações (pelo menos no Continente), demonstrou que ignora o método de Hondt permitindo que o PS ganhasse confortavelmente as eleições.
Carlos2 / Fevereiro 5, 2022
Podem pintar a manta a dizer que o método de Hondt é a melhor coisa que apareceu no planeta.
Parece que 600.000 portugueses, (600.000/9.298.390 = 6.5%), ficaram sem representantes.
Se incluirmos a abstenção em 1º que galvanizou 3.908.685 – 42,04% – de portugueses, poder-se-ia dizer que é o quarto maior partido.
Falando só de inscritos.
Como é que se permite que 2.246.637 – 24,16% – de portugueses, imponham um governo aos outros 7.051.753 – 75,84% – de portugueses?
Parece-me a mim, que o mais básico bom senso, nos aconselha a arranjar um método que não favoreça os grandes partidos e principalmente, não descrimine portugueses. Segundo ouvi dalguns sábios, vivemos numa sociedade inclusiva… e parece que a nossa constituição, que nunca foi violada, também não o permite.
Embora não seja colectivista, parece-me que já tenho saudades dos tempos em que ora ia um, ora ia outro… sabem, do alterne democrático. Pelos visto a “maioria” dos portugueses também, era muita gente filantrópica, assim, sendo sempre os mesmos, quiçá dar-nos-ão um rumo, nesta eterna noite nublosa…
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