O fujão Costa

® Imagem adaptada de FraLiss, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

António Costa apresta-se para fugir para Bruxelas. É o que se confirma, uma vez mais, neste artigo de Ana Sá Lopes no Público, de hoje, 26-6-2023, com o risível título de “Bruxelas vai pressionar Costa a ir para o Conselho Europeu”.

Como no alegado slogan do publicitário Fernando Pessoa sobre a Coca-Cola, cuja venda foi proibida pelo diretor-geral da Saúde, Ricardo Jorge, em 1929, “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Depois do desmentido inicial, o primeiro-ministro de Portugal lança o boato-balão para enfeitar a cabeça do povo que lhe deu maioria absoluta.

Costa ficou com o costado à mostra com a visita ao alegado líder da extrema-direita europeia Viktor Orbán, que o fez expor-se ao seu lado no teatro da final da Liga Europa. O apoio pedido tem de pagar-se primeiro…

Como as justificações não resultaram, Costa aproveita a oportunidade para assumir a candidatura ao lugar de presidente do Conselho Europeu, que fica vago em novembro de 2024.

A peça tem três atos.


Ato I

Com o País a patinar e o povo cada vez mais pobre, enquanto outros melhoram o nível de vida, o PS perde as eleições europeias de junho de 2024.

Ato II

Costa demite-se em junho de 2024, com o argumento do “pântano”, numa sequela do filme das autárquicas de 2001, quando António Guterres se demitiu para escapar à gestão do escândalo larvar do abuso sexual de crianças na Casa Pia, que atingiria os mais elevados dirigentes do PS.

Ato III

Costa vai para Presidente do Conselho Europeu em novembro de 2024 – ou, se não conseguir votos dos países, ou a Europa virar ainda mais à direita, para Alto Representante da União Europeia, para manter o equilíbrio das famílias políticas, substituindo o espanhol Josep Borrell. Um ano depois, candidata-se a presidente da República, se as sondagens o permitirem. Senão, fica lá por Bruxelas.


Desce o pau, os atores sobem ao palco do teatro da nossa revista à portuguesa e o público socialista bate palmas… Como em 2011, a direita presumida que barra a sala, feche a porta e apague a luz. A peça socialista continua no dia seguinte.


António Balbino Caldeira
Diretor

Partilhar

Latest comments

  • Infelizmente acho que se não for exactamente assim, anda lá perto. Será que alguma vez nos livramos deste Estado quase socialista, quase comunista?
    A culpa é da maneira como os sistemas partidários estão montados para aceder ao poder, mas também dos eleitores que as últimas eleições tinham uma opção verdadeiramente diferente e escolheram este individuo altamente duvidoso, mais do mesmo, aliás, como Sócrates com menos uns pozinhos de corrupção directa e mais uns pozinhos de Estado ao serviço do seu interesse político/partidário. Também é importante dizer que a direita na última vez que esteve no governo teve poder e pretexto para governar, afinal cumpria os acordos firmados entre Sócrates e o FMI, mas preferiu fazer tudo para não ter que fazer nada, por exemplo para avaliação do estatuto de utilidade publica atribuído ás Fundações escolheu um deputado sem idoneidade, que esteve envolvido na trafulhice das viagens fantasma, e sem surpresa a montanha pariu um rato, sem beliscar qualquer uma das Fundações que estão ligadas aos partidos, essas continuaram todas a ser de “utilidade pública”, outro exemplo, entre muitos, foi a prometida redução do número de deputados, tentada com os outros partidos com tão pouca convicção que nem para encenação serviu.
    Os países e políticos da UE, bem como a nossa presidência, em nada tem contribuído para a “purificação” ética do regime, uma vez que a regra são as palmadinhas nas costas para quem usa as palavras convenientes, de várias maneiras institui-se uma quase censura na comunicação social mas isso não merece reparos a ninguém, o que merece reparos é o politicamente incorrecto na Polónia, na Hungria e na Itália, esses é que incomodam os castrados que governam a restante UE, até que, afinal é a Polónia que lidera a UE no confronto com a Rússia e que recebe milhões de refugiados e as criticas transformam-se em silêncio envergonhado, ou é um voto da Hungria que faz falta para se satisfazer uma ambição pessoal do nosso PM e perplexos ficamos a saber que afinal o PM até vai á bola com o Sr. Orban, aquele ostracismo a que estava votado foi só impressão nossa. O facto de serem os países que desde há anos apresentam os mais sólidos crescimentos económicos, também é facto que não existe nos discursos ou noticias a eles referentes, afinal o que está em voga é instituir um sentimento de culpa por se ser cristão ou apenas por se dizer que a Europa tem uma matriz cristã ou que é um continente de pessoas brancas, podemos referir o “continente negro”, mas não podemos referir o “continente branco” sem sofrer um linchamento reputacional. A definição de branco e cristão começa a ter inerente o sentido de insensível e usurpador, e em vez de orgulho no nosso passado ter arrancado o Mundo da fome, ignorância e selvajaria generalizada está a ser inculcado o sentimento de vergonha por termos feito de forma eficiente o que todos os povos faziam ou tentavam fazer desde sempre, conquista e crescimento e que só não o fizeram quando não o conseguiram.
    Neste estado das coisas, seria surpreendente hoje estarmos melhor ou esperar mais daqueles que se governam, perdão, nos governam.

  • Não penso que Portugal e o Estado a que se chegou seja possível mudar, teria de mudar o sistema eleitoral actual, teria de se limpar o estadão, mudar o Sistema de Saúde limpando do MS os burocratas e as formas de gestão, nos vários Cuidados Primários e Hospitalares, criando Medicina Convencionada que já existe nos Meios Complementares de Diagnóstico que deveriam poder ser prescritos por todos os médicos públicos ou privados, ora no caso, muitos dos Exames tipo RMNs são mandadas fazer no privado pelos Hospitais do SNS, como as PET Scan ou muitos dos Exames de Anatomia Patológica com excepção neste caso do IPO de Lisboa, os outros não conheço.
    Porque é que o PS, PCP, BE e parte do PSD recusam esta situação?
    Fácil os burocratas que nunca trabalharam, médicos e enfermeiros por nomeação e fazem parte das Direcções dos ACES, ARSs, dos vários organismos do MS, basta ver o organigrama deste, dos vários serviços Hospitalares, da ACSS, da SPMS e das USF B, perderiam poder e muitas desapareceriam, por concorrência, pela livre escolha de médico o que não acontece actualmente.
    No caso das USF, falo apenas das B, porque só lá entra quem tem cartão rosa/avermelhado, são as USF que escolhem os utentes e só os que interessam, são escolhidos das listas de pedidos de inscrição, para cumprir os indicadores feitos por uma série de burocratas médicos e de enfermagem.
    Pagando por acto médico, nas várias especialidades, sejam consultórios clínicos pequenos ou grandes, com tabelas que a Ordem nem preparou ou actualizou, porque esteve nos últimos anos controlada por apoiantes da Geringonça e desde o governo Sócrates, agora, que o governo quer controlar as Ordens Profissionais à maneira soviética, ficam aflitos, esquecendo as escolhas de Froes e outros no tempo da Covid, miserável esta situação.
    A UE começa a afastar este período de sovietização da sua organização corrupta aos vários níveis, o caso das vacinas Pfizer e do Remdesivir e Oseltamivir no caso da Gillead Science com o apoio da EMA, por ordem de van der Leyen, (da DGS em Portugal e “peritos” escolhidos ligados aos Big Lab.
    O Ensino Público o caminho é a da criação de mais analfabetos provocados por professores que infiltraram também o ME, PCP e BE, na escolha dos manuais e nos programas escolares, obsoletos e com linguagem nova para tudo o que são disciplinas, culpa dos sindicatos que estiveram caladinhos durante a Geringonça.
    Poderia continuar o rol de desgraças, são tantas que no fundo formaram um regime leninista, onde até já nem acredito nos resultados das eleições algures entre as urnas e as empresas de informática usadas pelo MAI, nas maiores freguesias é claro.

deixe um comentário