Isto já não é uma democracia

image_pdfimage_print

Seis anos de governação socialista com apoios da extrema esquerda têm provocado uma deterioração da democracia. Este abastardamento da democracia tem sido justificado com a epidemia da Covid-19.

Há sinais evidentes e crescentes da degradação da democracia. Eis alguns sinais: o Governo colocou os média ao seu serviço comprando-os com um cheque anual de 15 milhões; colocou à frente do Tribunal de Contas uma personalidade próxima do PS; fez o mesmo na Procuradoria Geral da República; mergulhou o país num confinamento sem fim à vista, forçando ao fecho da economia e impedindo pela força a abertura e funcionamento de centenas de milhares de empresas e pequenos negócios; suspendeu a liberdade de movimentos e de circulação; restringiu a liberdade de expressão, perseguindo os portugueses que ousam defender em público opções que não passam pelo fecho da economia.

Domesticados os média, tornou-se mais fácil ter uma população amarrada a uma narrativa única, imposta pelas organizações globalistas, e cada vez mais dependente do Estado, quer para ter acesso a subsídios que mitiguem a pobreza, quer para ter a percepção de protecção. O país é hoje um imenso peditório: o Governo pede dinheiro à União Europeia sob a forma de empréstimos e de subsídios a fundo perdido, e os portugueses pedem ao Governo. O único desígnio nacional é a política da pedinchice.

O resultado deste desígnio é a estagnação económica. Portugal pertence já ao clube dos últimos na União Europeia. Mais uma legislatura socialista e Portugal ocupará o fundo da escala. Será o mais pobre e o menos competitivo.

Com a população domesticada e agarrada a uma narrativa única sobre o modo de combater a epidemia, está aberto o caminho para novos “lockdowns” sempre que surja uma ameaça à saúde pública. Mais: estes “lockdowns“, uma vez aceites pelas populações, podem ser usados, no futuro, para justificar o combate a supostas alterações climáticas causadas pela acção humana. A passividade e resignação evidenciadas pela população fazem temer o pior e são a prova de que os valores da liberdade, da livre iniciativa e da soberania do indivíduo estão a ser substituídas pelos valores da dependência, heteronomia e conformismo.

Uma coisa é certa: esta epidemia está a ser muito útil para os políticos que defendem o aumento da interferência do Estado na vida das pessoas. O projecto de construção do socialismo em curso agradece.


Ramiro Marques
*O autor segue a ortografia anterior

Partilhar

Sem comentários

deixe um comentário