
Segundo um estudo realizado em Israel, e mencionado no Washington Post, do dia 15-9-2021, escrito por Marty Makary, professor da Escola de Medicina da universidade Johns Hopkins, as pessoas recuperadas da infecção por SARS-CoV-2 têm 27 vezes menos probabilidade de contrair uma segunda infeção sintomática do que aqueles que foram vacinados.
A convicção dos líderes atuais do combate à pandemia nos EUA de que a imunidade natural oferece uma proteção não confiável contra a Covid-19 está a ser desmentida pelos factos.
O estudo israelita veio confirmar vários trabalhos anteriores. Um desses estudos da reputada Clínica Cleveland com profissionais de saúde (expostos a grandes quantidades de carga viral), concluiu que nenhum daqueles que já haviam testado positivo para o coronavírus foi reinfectado. Os autores do estudo concluíram que “os indivíduos que tiveram infecção por SARS-CoV-2 provavelmente não beneficiarão com a vacinação Covid-19”.
Estes novos dados podem colocar em causa a medida anunciada pelo presidente dos EUA Joe Biden que determina que grandes empresas e organismos exijam a vacina ou testes a trabalhadores sem certificado de vacinação, independentemente de terem estado infectados.
Vacinar os anteriormente infectados pode significar um desperdício de vacinas que poderiam ajudar a salvar dezenas de milhares de vidas sujeitas a maior risco, refere o artigo. O autor também reconhece que as autoridades de saúde não revelam que a imunidade natural é melhor que a das vacinas, com receio de que as pessoas prefiram contrair a infecção a tomar a vacina.
No estudo israelita conclui-se ainda que a infecção deve ser assumida como uma vacina, isto é, quem já teve a infecção está, para todos os efeitos, “vacinado” e, com certeza, com maior proteção que os vacinados. Também postula que a recente afirmação do imunologista americano Anthony Fauci sobre estes novos dados, de que seria algo “a discutir seriamente”, deixam prever que há uma mudança de atitude em curso.
As novas informações colocam em causa também a necessidade de vacinar os mais jovens, grupo onde a infecção funcionaria bem melhor que a vacina com vista a alcançar a imunidade de grupo.
O autor termina dizendo que vacinar sem ter tido em conta a imunidade natural conduziu à perda de muitas vidas devido à escassez de vacinas, nomeadamente para grupos de risco em países com difícil acesso a tratamentos médicos.