Não se exprime enquanto médico e queixa-se de censura, perseguições e ameaças de que foi alvo nos últimos tempos. Critica a gestão da pandemia, questiona a falta de provas para as medidas adotadas e aponta os interesses político-financeiros como principal motor da gestão dos últimos dois anos.
Gabriel Branco é médico neurorradiologista especializado em doentes vasculares neurocríticos, tem 6 anos de experiência de gestão médica hospitalar (2016-2021) e acedeu dar uma entrevista ao IИCONVENIENTE de que publicamos hoje, dia 16-2-2022, a primeira parte.
Antes de mais, obrigado, Gabriel Branco, por ter concordado em conceder-nos esta entrevista. Como se sente em relação aos seus pares e o que acha da cobertura mediática das suas posições nesta pandemia?
Eu queria exprimir-me sobretudo como cidadão independente estudioso da área científica, não como profissional.
Embora a minha profissão seja de facto médico com a especialidade de neurorradiologia, no regime ditatorial vigente os mecanismos de censura não permitem que me expresse livremente como médico.
Como tal não me pronunciarei genericamente sobre os meus supostos pares, até porque constituem um grupo muito heterogéneo, nas suas atitudes e omissões.
Quanto à cobertura mediática das minhas posições, considero que foi praticamente inexistente. Excetuando-se uma entrevista ao jornalista Camilo Oliveira, mas num canal só de divulgação na internet, portanto, de cobertura bastante limitada.
Ou seja, nunca tive acesso à Comunicação Social Oficial (CSO) nem teria de ter, porque não ocupo um cargo de relevância pública.
O que aconteceu é que fui acusado, difamado e injuriado em público, sobretudo através de duas jornalistas do Observador (Rita e Vera) sem nunca ter sido verdadeiramente ouvido. Em momento algum permiti que fossem gravadas chamadas nem dei qualquer entrevista telefónica, apenas fui assediado, sem saber como conseguiram o meu número pessoal. Estas pessoas utilizaram uma foto que me retrata, mas que é propriedade de uma empresa privada, sem autorização para tal, o que resultou em prejuízo meu. Divulgaram dados registados em consulta hospitalar, incorrendo nos crimes de acesso informático ilegítimo, violação de dados médicos sigilosos e difamação. Num dos dois artigos tiveram a conivência de pessoas da minha própria especialidade, alguns dos quais emitiram declarações lamentáveis sobre a minha capacidade clínica de emitir declarações, ao abrigo da Lei (os seus nomes constam num dos artigos).
Surgiu o meu nome em diversos canais de televisão, sem eu ter dado uma única entrevista, que teria de ser necessariamente em direto, devido à manipulação grosseira que presumo que ocorreria, como se veio a verificar com uma colega.
Responsáveis de elevado nível publicitaram processos disciplinares, dando a entender ao público a existência de condenações, que não ocorreram, pelo menos até à data de 8 de fevereiro de 2022, num contexto em que, segundo as normas, os processos disciplinares médicos são sigilosos.
Impunemente, estes agentes, que servem claramente uma agenda política bem definida, em defesa do interesse de grandes empresas farmacêuticas, utilizam a ameaça de processos disciplinares como medida de assédio e coação, fomentando o medo em toda a classe. Eu fui utilizado como exemplo do que aconteceria a quem ousasse questionar ou meramente colocar perguntas sobre uma narrativa “oficial”, falsa na sua essência.
Haverá dúvidas ainda quanto à existência de um vírus respiratório que se propagou a partir da cidade de Wuhan na China?
Em ciência a dúvida reina sempre, dirimida apenas pela apresentação de prova, obtida através do método científico experimental.
No início de 2020 foram publicados 4 artigos com origem na China, dos quais estudei em maior detalhe os 2 mais citados. Estes artigos relatavam uma pneumonia detetada em dezembro de 2019, que poderia estar a ser provocada por uma nova estirpe de coronavírus. Contudo não havia uma prova clara formada, uma vez que, segundo o próprio texto de um dos artigos, não tinham sido cumpridos os critérios de Koch (modificados) para a demonstração inequívoca da relação entre a pneumonia observada localmente e o novo suposto agente. Essa pneumonia caraterizava-se por atingir pessoas sobretudo antes dos 60 anos e por ser difícil de tratar, mas não inevitavelmente mortal.
Qual a origem desse novo coronavírus, batizado como SARS-CoV-2? É importante saber-se a origem?
Em termos científicos toda a informação é relevante, porque a ciência é o templo do Conhecimento. Em termos práticos não.
Os vírus são tão antigos como a existência de organismos na Terra, existindo vírus que infetam tanto plantas como animais. Há vírus que fazem parte do nosso microbioma, um conjunto de bactérias, vírus e fungos, sem os quais não poderíamos sobreviver.
Há muito que se sabe que a esmagadora maioria dos vírus da constipação, assim como os da gripe, têm um reservatório animal, incluindo animais selvagens e domésticos. Muito provavelmente há uma passagem contínua desses agentes entre o Homem e os animais, conforme estas partículas contendo material genético se vão adaptando, no seu próprio contexto evolutivo, não autónomo.
Esta nova variedade de coronavírus, pela primeira vez descrita em Wuhan, muito provavelmente não seria uma exceção.
O que se sabe ser falso é o Coronavírus ser um novo vírus, ao contrário do que a desinformação veiculada pela CSO queria fazer crer na altura. Fui mesmo atacado por dizer que o Coronavírus era um micro-organismo já conhecido.
A designação de SARS-CoV-2, tanto quanto é do meu conhecimento, foi pela primeira vez referenciada em termos científicos em 2007, num artigo publicado no Journal of Clinical Microbiology, em 2008. De facto, segundo esse artigo, o vírus SARS compunha-se das variantes CoV-1 a CoV-3. A designação SARS-CoV-2 surge inúmeras vezes nesse texto. Não é claro por que motivo o vírus descrito em Wuhan foi denominado SARS-CoV-2, até porque desde cedo se soube que a grande maioria das infeções não resultava sequer em pneumonia (mais de 80%), muito menos num síndroma respiratório agudo severo.
O que é este novo coronavírus e porque é que a doença que provoca foi batizada de “Covid-19” e não de gripe “qualquer coisa”, à semelhança da gripe das aves, gripe dos porcos, gripe espanhola, etc.?
Os coronavírus humanos comuns são micro-organismos que provocam constipações ou resfriados, não gripes.
Segundo a nomenclatura anglo-saxónica, atualmente dominante, o agente da gripe (influenza) é o ortomixovírus, principalmente a sua variante principal, o Ortomixovírus A.
No caso dos coronavírus, algumas estirpes podem provocar com mais frequência pneumonias, como o caso do SARS e MERS, que contudo provocaram epidemias de âmbito bastante limitado, com duração máxima de um ano para o outro, como qualquer evento gripal.
Tal como o ortomixovírus também pode provocar uma constipação normal, ligeira, qualquer um dos vírus das constipações mais comuns, cerca de uma dezena, também pode provocar pneumonias, particularmente em pessoas debilitadas, com outras doenças graves.
O que levou, quanto a si, a OMS a declarar esta pandemia em março de 2020?
Necessidade premente de financiamento.
No início da epidemia em Portugal, a DGS afirmava que as máscaras faciais davam uma falsa sensação de segurança. Pode comentar?
Em março de 2020 as recomendações da OMS (não confundir com Leis) eram desfavoráveis à utilização de máscaras para a prevenção de doença respiratória viral.
A teoria dominante (com a qual discordo) era de que a transmissão destes agentes se efetuava por superfícies, ou seja, a contaminação seria indireta, podendo portanto ser reduzida por lavagem das mãos.
Tenho muita dificuldade em entender e aceitar conceitos como “falsa sensação de segurança” neste contexto, que transmitem uma ideia paternalista e arrogante. Eventualmente pretendiam dizer que usando máscara as pessoas lavariam menos as mãos, mas não faz de facto sentido do ponto de vista de uma comunicação objetiva e construtiva.
Nesta pandemia, contabilizam-se os casos conhecidos. Como é declarada a infeção de uma pessoa?
Em Portugal a infeção de uma pessoa é declarada segundo a Norma 20/2020 da DGS, que qualquer cidadão pode consultar.
Um caso suspeito é definido como alguém que apresente pelo menos um de cinco sintomas, a maior parte tão vagos quanto febre de 38 graus, isoladamente, sem hierarquização segundo a sua importância.
Um caso confirmado corresponde a um teste RT-PCR ou antigénio positivo, unicamente, sem ser necessário haver doença, ou seja, mesmo sem quaisquer sintomas clínicos (Norma 20/2020 3 c.).
Qual a validade dos testes existentes para a deteção da infeção pelo vírus?
Existem diversos tipos de testes, todos eles devendo ser considerados como exames complementares de diagnóstico, segundo as próprias bulas.
O teste padrão é o RT-PCR, que só deve ser utilizado em pessoas com sintomas sugestivos de doença. O problema, como se depreende da Norma 20/2020, é que não há uma doença claramente definida, logo o valor do teste será sempre limitado, a não ser que os resultados sejam cuidadosamente confirmados por repetição, ou por utilização de testes multi-primer, que só sejam considerados positivos se todos os primer forem positivos.
A baixa prevalência do vírus em pessoas sem sintomas de doença (na ordem da grande raridade, 0,00003%, segundo um trabalho efetuado em Wuhan em maio de 2020, publicado na revista Nature Communications) condiciona que os testes, realizados segundo os quesitos oficiais registados no Infarmed, tenham um valor preditivo positivo muito baixo, inferior a 2%. Isto significa que os testes realizados a pessoas em contexto de “rastreio” no caso de serem positivos, são mais de 98% falsos positivos. Ou seja, os testes nestas condições são na prática inúteis quanto à deteção de uma infeção real.
Em Portugal desconhece-se se os testes RT-PCR são aferidos antes de serem colocados no mercado, devendo ser os procedimentos publicados, o que no meu conhecimento nunca aconteceu.
Sem dados claros sobre as características fundamentais dos testes, que são a sensibilidade, a especificidade e o número de ciclos, não pode ser valorizada a fiabilidade dos resultados.
Como avalia a política de contenção geral e universal face a uma política de proteção específica de grupos de risco?
Discordo globalmente da abordagem adotada, pela falta de critérios científicos que a sustentem, de forma minimamente razoável.
Compete a quem decretou tais medidas, sobretudo na sua forma mandatória, fornecer as provas da sua eficácia, algo que até agora não foi feito, inclusivamente sob intimação de Tribunal.
Essas provas teriam de estar disponíveis antes de serem limitadas liberdades elementares, nomeadamente asseguradas constitucionalmente, não à posteriori. O que remete para um âmbito claramente do foro legal, a ser tratado em sede própria.
Fazem sentido para si as medidas de confinamento? Ficar em casa é uma medida benéfica para a saúde?
Ficar em casa por períodos prolongados é um atentado à saúde.
A saúde em geral, incluindo um bom desempenho do sistema imunitário, são promovidos com o exercício; a exposição solar (sobretudo por causa da produção de vitamina D ativa); uma alimentação variada; e uma vida de relação saudável.
A imobilidade acarreta diretamente atrofia muscular, sobretudo a partir dos 50 anos.
A osteoporose agrava-se com a imobilidade, sobretudo num contexto de carência de vitamina D.
O risco de enfarto de miocárdio correlaciona-se de forma bastante clara com a inação.
O isolamento e redução da interação social apresentam uma relação significativa com uma maior incidência de distúrbios mentais, passageiros ou graves.
Há inúmeros relatos de pessoas mais idosas totalmente independentes, que se tornaram dependentes após 8 a 12 semanas de isolamento.
Nunca me apercebi de qualquer campanha por parte da CSO, tão pronta a espalhar o medo indiscriminado, a fomentar o exercício físico em casa ou a suplementação de vitamina D durante os períodos de confinamento obrigatórios, por força de Decretos-Lei de origem governamental. Foi certamente por esquecimento…
Carlos / Fevereiro 16, 2022
Portugal precisa de mais pessoas como o senhor Gabriel Branco
Parabéns
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brako / Fevereiro 19, 2022
portugal precisa e de mandar todos no poder pra o forte de peniche a pao e agua ate ao fim somente isso
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MéMé / Fevereiro 16, 2022
Faz falta a verdade num Mundo com tanta falsidade…
Obrigado Dr. Gabriel Branco
Obrigado Inconveniente
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Rodrigo / Fevereiro 17, 2022
Muito interessante, lógico e lúcido.
Aguardo consequências para quem andou a prejudicar Portugal nestes dois ultimos anos.
Espero que entrevistem mais vezes o Dr Gabriel Branco.
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The Mole / Fevereiro 17, 2022
“Aguardo consequências para quem andou a prejudicar Portugal nestes dois ultimos anos.” … mas, tal como eu, vai “esperar sentado”, ou não?
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Miguel Vareiro / Fevereiro 19, 2022
Isto só se resolve com desobediência civil generalizada perante restrições que são completamente ilegais conforme já foi explicado publicamente por vários advogados. No entanto não me parece que a maioria do povo português esteja interessado em desobediência. Provavelmente será tarde demais quando acordarem e perceberem a realidade.
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The Mole / Fevereiro 22, 2022
Concordo com tudo o que diz… razão pela qual vou “esperar sentado” pela consequências para quem rebentou com a sociedade.
Quando (se?) o povo acordar, será tarde demais (já é?), e só voltaremos a ser um bocadinho mais livres depois de muita pancada, pois esta malta só larga o poder quando não tiver outro remédio.
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Maria Rodrigues / Fevereiro 17, 2022
Uma voz corajosa!
Muito obrigada, Dr. Gabriel Branco!
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Ema Pascoa / Fevereiro 17, 2022
Obrigada Dr Gabriel Branco e obrigada a jornais como este por dar voz à verdade.
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Carlos2 / Fevereiro 17, 2022
Uma senhora, a doutora Sam Bailey, que gosto muito, porque tem feito muito para desmistificar e demonstrar a falsidade de toda esta situação deplorável, quiçá até criminosa.
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Electron Microscopy and Unidentified “Viral” Objects
https://odysee.com/@drsambailey:c/electron-microscopy-and-unidentified-viral-objects:f
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If Covid-19 Doesn’t Exist, What Is Making People Sick?
https://odysee.com/@drsambailey:c/what-is-making-people-sick:b
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Página da senhora
https://odysee.com/@drsambailey:c
O livro que publicita pode ser baixado em ficheiro pdf
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José Maria Oliveira Simões / Fevereiro 23, 2022
A verdade é como o azeite, vem sempre à tona da água. Um dia, a verdade vem-se toda a saber. Pena é que o mal já esteja feito e que tenha tido as proporções que teve. Pessoas foram perseguidas e não foram poucas as que sofreram na pele as consequências. Com a desculpa do virus, foram feitas muitas coisas erradas que se podem considerar mesmo crimes à face das Leis. Muita da informação que estava a veicular no youtube foi censurada e por isso deixou de estar disponível. A utilização do medo pelos Estados (Terrorismo de Estado, veiculado 24 sobre 24 horas nos meios de comunicação) para controlar a população, chegando mesmo ao ponto de encarcerar pessoas em casa, ou mesmo mandando-as prender. Sintomático é uma das farmacêuticas não querer disponibilizar informação antes de um periodo de 50 anos.
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Regina Maria Mendes de Abreu Cabral Nabais Menezes / Maio 5, 2022
Na verdade, julgo que, na comunicação social não querem deixar falar, quem sabe pensar, como é o caso do Doutor Gabriel Branco a quem agradeço a coragem de insistir.
Quando não deixam pessoas como ele expor raciocínios compreensíveis para os leigos, fico sempre a pensar, que há interesses obscuros pouco louváveis por detrás de decisões como essas.
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