Uma das “verdades” apregoadas pelos climatistas é que a temperatura global da Terra está hoje cerca de 1 ºC acima da temperatura global da média do período pré-industrial, como se fosse possível saber, com a precisão das medidas atuais, a temperatura global da Terra desse período!
A medição rigorosa da temperatura global da Terra ao longo do tempo é essencial para perceber se ela se tem alterado, e se essa alteração corrobora ou não uma mudança climática à escala planetária. A monitorização da temperatura em várias regiões do mundo pode permitir analisar tendências, identificar padrões, anomalias e a sua evolução com o passar do tempo.
Esta tarefa é realizada hoje por diversas instituições em todo o mundo, destacando-se entre elas, a americana NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), de cujo site retirámos o gráfico abaixo, que pretende mostrar a evolução da temperatura global à superfície da Terra, segundo os cálculos da NOAA, no que respeita às anomalias da temperatura global anual, aquelas a que se dá mais ênfase por fazer sobressair as pequenas variações!
Quem olha para este gráfico sem qualquer espírito crítico, é levado a acreditar que a temperatura global da Terra em 2020 esteve 0,86 ºC acima da média do séc. XX (1901-2000) e 1,06 ºC acima da média do período pré-industrial (1880-1900).
Mas será que podemos aceitar estes dados de forma passiva, sem os analisar mais de perto? É esta análise que tentaremos fazer aqui, na ótica de quem já lidou com dados de medições e que sabe que toda a medição está associada a incertezas, não havendo um valor exato para uma dada medição, quando muito há um resultado expresso por um valor X+/- E, em que X é o valor médio de dois extremos, estando o verdadeiro valor compreendido com probabilidade aceitável (superior a 66%) entre X-E e X+E. Mas antes de mais é preciso saber o que estamos a medir e como o fazemos.
A temperatura global da superfície, GST (Global Surface Temperature), mais rigorosamente definida como a temperatura média global da superfície, ou GMST, é a média das temperaturas na superfície do mar e da temperatura do ar sobre terra firme.
Atualmente existe uma vasta rede de estações meteorológicas e boias oceanográficas que monitorizam a temperatura de superfície, o que permite calcular a GST com um erro menor do que os métodos usados para a estimar no passado. Além disso há também medições por balões e por satélite que podem complementar aquelas.
A determinação da temperatura da era pré-industrial é baseada em proxies climáticas indiretas como amostras de gelo, sedimentos marinhos, anéis de árvores e registos históricos. Estes dados indiretos é que fornecem informações sobre as condições climáticas do passado, mas estão sujeitos a várias fontes de incerteza. Se esta forma de “calcular” a temperatura global não conduzisse a grandes incertezas absolutas, não se justificaria gastar tanto dinheiro com equipamentos que visam, exatamente, reduzir a margem de incerteza no cálculo das temperaturas.
Porém, mesmo com a quantidade e qualidade dos equipamentos de que se dispõe hoje, o erro da medida da temperatura global não é desprezável, podendo ser da ordem de um décimo de grau, pelo que, se a temperatura média global foi avaliada em 15 ºC, significa que o seu verdadeiro valor estará compreendido entre 14,9 e 15,1.
Mas as estimativas do período pré-industrial podem ter erros muito superiores, uma vez que não havia medidas diretas de temperatura. Este erro será, por hipótese, algumas vezes superior ao que se comete atualmente. E basta que a incerteza seja de 1 ºC para tornar a afirmação “a temperatura global atual está 1 ºC acima da do período pré-industrial” desprovida de significado.
Daqui se vê que os gráficos alarmistas sobre as alterações climáticas, mesmo provenientes de organizações tão respeitadas como a NOAA, visam apenas influenciar o cidadão comum que não coloca essas “verdades” em causa porque supõe que são altamente confiáveis e científicas. Afinal apenas pretendem provar uma opinião já formada.
Não duvidamos da capacidade de medição e tratamento da NOAA, mas parece-nos que a informação é enviesada (no sentido de corroborar as alterações climáticas antrópicas), quando se omitem as incertezas dos dados apresentados e que qualquer cidadão minimamente informado pode constatar que existem e transformariam o gráfico atrás exibido numa mancha de incertezas crescentes à medida que se recua no tempo. Em boa verdade, a temperatura global atual só se pode comparar com as temperaturas de poucas décadas atrás, duas ou três já que as condições de medição foram semelhantes. Senão, estamos a comparar dados paleoclimáticos de enormes incertezas com dados de medições diretas muito mais rigorosas.
Mas também somos influenciados com provas indiretas de aquecimento, tais como as secas, inundações e tempestades que nos dizem estarem a ser mais severas e frequentes mas sem sustentação factual e cuja relação pode nem existir, mas alimentam os noticiários dos meios de comunicação dominantes que atribuem todas as ocorrências meteorológicas e outras às alterações climáticas antrópicas.
Um pouco de História:
A título de exemplo, o clima do período pré-industrial é reconstituído de forma semelhante à descrita neste artigo de 17-3-2014 do Público.
Historicamente, as estações meteorológicas começaram a ser estabelecidas em diferentes países há vários anos. A recolha sistemática de dados meteorológicos, incluindo medições de temperatura, começou a desenvolver-se no século XIX. As primeiras redes meteorológicas formais remontam ao século XIX e início do século XX. Em 1873, foi criada a primeira Organização Meteorológica Internacional, que mais tarde se tornou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), em 1950.
O uso de boias oceanográficas para recolha de dados começou a desenvolver-se nas últimas décadas do século XX, mas a implementação em larga escala ocorreu principalmente a partir da década de 1970. Desde então, o número e a distribuição das boias oceanográficas tem aumentado significativamente devido a avanços na tecnologia e ao interesse crescente na compreensão do papel dos oceanos no clima global. Devido ao constante desenvolvimento das tecnologias de monitorização oceânica, é provável que o número de boias continue a aumentar, permitindo uma cobertura mais ampla e detalhada dos oceanos para melhor compreensão do seu papel no clima global e para fornecer informações vitais para a previsão do tempo e do clima.
A prática de lançar balões meteorológicos remonta ao final do século XIX, mas foi na primeira metade do século XX que se tornou mais utilizada e padronizada. Desde então, os lançamentos de balões meteorológicos tornaram-se uma parte essencial dos programas meteorológicos em todo o mundo, contribuindo significativamente para o conhecimento da atmosfera e dos processos climáticos. Embora os satélites e outras tecnologias modernas tenham aumentado a cobertura de dados atmosféricos, os balões meteorológicos continuam a ser uma importante fonte de informações para pesquisas e previsões atmosféricas.
A utilização de satélites para monitorização da temperatura começou nas últimas décadas do século XX, e desde então, o número de satélites dedicados a esse propósito tem aumentado significativamente. No entanto, é importante notar que os primeiros satélites, mesmo antes da era “climática”, foram lançados na década de 1950 para outros fins, como pesquisa espacial, comunicações e observações meteorológicas em escala regional. Em relação aos satélites específicos para monitorização climática global, a série de satélites NOAA tem sido uma das principais fontes de dados climáticos. A série NOAA começou com o lançamento do NOAA-1 em 1970, e ao longo dos anos, várias versões foram lançadas para fornecer observações contínuas do clima e da atmosfera terrestre. Esses satélites têm servido para medir diversas variáveis climáticas, incluindo temperatura da superfície terrestre e dos oceanos, cobertura de gelo, níveis de radiação, nível do mar, etc..
Além da série NOAA, outras agências espaciais, como a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Meteorológica do Japão (JMA), têm também lançado satélites dedicados a monitorar o clima “globalmente”.
Ao longo das últimas décadas, o número de satélites tem aumentado e a tecnologia dos satélites e os sensores a bordo têm melhorado significativamente, permitindo uma recolha de dados mais precisa e abrangente. Os satélites “climáticos” complementam as informações recolhidas pelas estações meteorológicas terrestres e fornecem uma visão mais completa, precisa e global do clima no nosso planeta.
Henrique Sousa
Carlos2 / Agosto 10, 2023
“The average temperature across the contiguous U.S. last month was 75.7 degrees F (2.1 degrees above average), with July 2023 ranking as the 11th-hottest July in the 129-year climate record.”
https://www.noaa.gov/stories/july-2023-brought-record-high-temperatures-devastating-floods-across-us
A questão de estar mais quente numa determinada altura, depende do ponto de comparação. Neste caso num período minúsculo de tempo. A terra tem muitos mais anos e muitas mais variações, umas alturas mais quentes e outras mais frias. Quais são as ideais? Ninguém sabe. Quem sabe se o ideal é haver variações, para quiçá, estimular a vida?
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“A temperatura global da superfície, GST (Global Surface Temperature), mais rigorosamente definida como a temperatura média global da superfície, ou GMST, é a média das temperaturas na superfície do mar e da temperatura do ar sobre terra firme.”
“Global Surface Temperature” é a temperatura da superfície.
Medição da temperatura do ar dá valores diferentes da medição da temperatura da superfície (a não ser que o aparelho de medição esteja praticamente a tocar na superfície, ou a medição seja feita praticamente no solo).
Perguntas.
Diz que GMST é a soma das duas?
Não analisam a temperatura da superfície do solo? E do ar sobre o mar?
A que distância(s) da superfície é captada a temperatura do ar?
Como se pode misturar a temperatura da superfície do mar e do ar em terra firme e determinar como média?
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Se a terra está a aquecer ou arrefecer não sei. Sou velho mas não tão velho para ter termo de comparação…
Mito é, a única causa ser, exclusivamente, o ser humano.
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Henrique Sousa (Autor) / Agosto 10, 2023
GST é GMST simplificadamente. É a média das temperaturas à superfície, sendo estas medidas geralmente a 2 metros de altura do solo ou da superfície dos oceanos. A temperatura da superfície do solo é maior e já tem sido referida com valores de 60ºC para alarmar as pessoas.
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Henrique Sousa (Autor) / Agosto 12, 2023
“A questão de estar mais quente numa determinada altura, depende do ponto de comparação. Neste caso num período minúsculo de tempo. A terra tem muitos mais anos e muitas mais variações, umas alturas mais quentes e outras mais frias. Quais são as ideais? Ninguém sabe. Quem sabe se o ideal é haver variações, para quiçá, estimular a vida?”
Quanto a mim, não podemos, com base nas medidas de temperaturas, dizer que a Terra está 1ºC mais quente. Há que ter em conta as incertezas das medições. No entanto, actualmente o nível do mar está a subir à razão de 3mm/ano em média. Isso indicia que há degelo a alimentar essa subida e, se há degelo é porque a temperatura está mesmo a subir. Mas isso não permite dizer que está 1ºC acima da do período pré-industrial.
E não são as temperaturas máximas que estão mais altas, são as mínimas, isto é, o clima está a ficar mais ameno e isso é bom.
A temperatura ideal para nós seria 20ºC, todo o ano, dia e noite. Só com ar condicionado!
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Carlos2 / Agosto 12, 2023
Concordo consigo. Mas acrescento que se não houver variação de temperaturas não haverá ventos nem correntes marinhas. Teríamos um “pântano” no ar e no mar.
Página 1 de 6
https://allthatsinteresting.com/sunken-cities
Top 10 Ancient Sunken Cities Discovered in the Deep Sea
https://www.youtube.com/watch?v=1ZJnnuqflPM&ab_channel=WatchMojo.com
Todas estas cidades/locais, já estiveram acima do nível do mar. Algumas pode ser porque a área abateu, mas não todas. Penso até que a maioria ficou submersa porque os nível do mar subiu. Significa degelo. Logo, significa subida de temperatura.
Estamos a falar de milhares de milhões de metros cúbicos de água (se não mais), porque estas subidas deram-se no Pacífico, atlântico, mediterrâneo, etc. Por comparação 3mm não me parece nada.
Sabemos também por relatos históricos que temperaturas mais baixas provocaram fomes e mortandade. As acácias já cresceram na Islândia, quando esta era mais quente.
Temperaturas mais altas significa mais humidade no ar, o que me perece bom. Porque se adicionarmos mais alguns igredientes como poluição, temos chuvas, rios, lençóis de água, que por sua vez proporciona plantas que são a base da nossa existência. Qual o leque ideal para as temperaturas? Quem souber… áh o guterres deve saber…
Temperatura estimada últimos 500 milhões de anos.
https://www.climate.gov/media/11332
Temperatura estimada últimos 70 milhões de anos.
https://www.climate.gov/media/15006
Andar a amedrontar as pessoas para depois impor comportamentos que as prejudicam é no mínimo indecente e não é de pessoas bem formadas.
Tenho andado admirado como estamos a conseguir sobreviver à “ira do bólingue póinte” (100 celsius).
Podemos discordar deste ou daquele pormenor, mas basicamente estamos de acordo.
Temos o sol e a suas temperaturas e radiações, e de depois temos o espaço com o seu frio -270 graus celsius. Se o sol se apaga não há “ci ou tú” que nos safe.
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Henrique Sousa (Autor) / Agosto 11, 2023
Leitura recomendada: A Ciência do Clima de Steven E. Koonin. Disponível na Bertrand. Desfaz muitos mitos climáticos propalados nos media e mostra as incertezas da ciência.
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Carlos2 / Agosto 12, 2023
De qualquer maneira, o “ira du bólingue póinte” (e nós também), não tem de se preocupar, o petróleo, segundo os especialistas, um bem finito e, as previsões de um passado +/- recente, é que por esta altura, mais coisa menos coisa, as petrolíferas devem estar já a raspar o fundo ao tacho… poço.
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Carlos2 / Agosto 14, 2023
Será o petróleo um combustível fóssil ou não? Finito ou não?
Oil Not a Fossil Fuel?
https://www.nationalreview.com/planet-gore/oil-not-fossil-fuel-ken-green/
OIL IS NOT A FOSSIL FUEL
https://futureworld.org/mindbullets/oil-is-not-a-fossil-fuel/
Oil Is NOT A Fossil Fuel – It Is Abiotic
https://rense.com/general67/oils.htm
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