Esperança de um desconfinamento político à Direita

Vivemos tempos de verdadeira catástrofe social e de saúde pública, com milhares de compatriotas a morrer de Covid e de outras doenças por falta de assistência adequada. A juntar a isto, a crise económica agrava-se a cada dia e espera-nos um ano extraordinariamente difícil para todos.

Somos um povo fantástico que se re-inventa perante a adversidade e faz das dificuldades oportunidades. Exemplo disto é a forma como os profissionais de Saúde e as Forças Armadas se têm adaptado à epidemia e têm aumentado a capacidade de resposta, mesmo sem os meios adequados.

Exemplo disto mesmo é também a aprovação do primeiro ventilador português certificado, o SYSVENT OM1. Mas há mais, o desenvolvimento dos testes rápidos de saliva, de materiais para desinfecção de superfícies e de purificação do ar, inúmeros exemplos do nosso engenho e arte, da capacidade de nos sublimarmos.

O que nos falta mesmo é uma classe dirigente política que esteja à altura dos desafios dos tempos de hoje. É mesmo isso que nos falta, porque o que abunda na nossa classe política é a mediocridade.

Veja-se a forma como se vacinaram pessoas que não deviam ter sido vacinadas, passando à frente sem qualquer respeito humano, os negócios associados à pandemia com compras e adjudicações directas que envergonham qualquer um. Podia continuar com centenas de exemplos, que infelizmente enchem as páginas dos jornais e as redes sociais.

Em suma, como disse Camões nos Lusíadas, “Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.“. É este o nosso grande problema, não tendo já um Rei (o último forte Rei foi assassinado às mãos dos carbonários republicanos faz 113 anos), temos um Governo fraco, acompanhado de uma classe política globalmente fraca, que não permite conduzir os nossos destinos da forma grandiosa que merecemos e compatível com aquilo que são as capacidades, demonstradas, do povo português.

Esperamos, todos, o desconfinamento que nos permita retomar as nossas vidas, mais ou menos como antes da pandemia. Mas também esperamos um desconfinamento político que nos traga melhores intervenientes políticos. Essa esperança está essencialmente na reconfiguração que a Direita terá nos próximos meses, resultado do crescimento do Chega e também da afirmação da Iniciativa Liberal, por oposição ao definhamento do CDS e à indefinição do PSD em relação ao seu ideário político.

É um tempo que nos convoca a todos, para recuperar as nossas vidas, os nossos trabalhos, o nosso País. Mas, também, para nos empenharmos a fazer crescer uma Direita que faz falta aos portugueses como oposição e alternativa a este socialismo doentios dos interesses e dos negócios que desestrutura a sociedade e desrespeita os Portugueses que trabalham.

Abel Matos Santos

* O autor escreve segundo a norma ortográfica anterior.

Partilhar

Sem comentários

deixe um comentário