Em tempo de guerra não se limpam armas

Com a pandemia ainda no auge, já os estados-membro da União Europeia (UE) elaboravam planos de como recuperar as suas economias abaladas pelos confinamentos que impuseram às suas populações. E, espante-se o leitor, no topo das prioridades desses planos de recuperação estavam o clima, a transição energética para energias “verdes” e a transição digital.

A propaganda que a hipótese do aquecimento global antropogénico teve – acompanhada, ao longo de décadas, pela realização de conferências, acordos, tratados, estudos encomendados ou encorajados, slogans do tipo “Salvemos o Planeta”, publicidade do Planeta Verde em contraste com o Apocalipse se ele continuar a aquecer, etc. –, convenceu a maioria das pessoas que não se tratava de uma mera hipótese, tendo sido alcandorada a teoria altamente científica e comprovada.

Assim, a transição para energias “verdes” é bem acolhida pela geração “gretada” que, não só a apoia, como a exige aparatosamente em manifestações e acontecimentos a que os média dominantes dão grande cobertura. Uma geração que foi doutrinada na escola com a teoria do aquecimento global, sem que na prática alguma mudança radical se tenha visto, uma geração que precisa de novos ideais “altruístas” por que se orientar, ou apenas tem receio de uma catástrofe eminente que lhe é anunciada no horizonte.

A transição digital, num mundo já dominado pelos computadores, telemóveis, internet, etc. o que poderá significar? Aumentar e atualizar sistemas que foram ficando obsoletos? Ou uma mudança radical, por exemplo, com uma nova tecnologia de base, mais automação nas fábricas, robotização, etc.? As novas gerações são facilmente atraídas para estes temas.

A pandemia ainda não terminara quando se deu a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que mobilizou a UE (e não só) no apoio à Ucrânia, país que pretendia tornar-se seu membro e aderir à NATO, sendo esta uma das razões invocadas pela Rússia para a referida invasão.

A UE, a braços ainda com o financiamento dos planos de recuperação da pandemia, entra indiretamente na guerra com o fornecimento de armamento, dinheiro e bens diversos. Aplica sanções à Rússia que também a atingem, como é o caso dos combustíveis russos.

Poderá a UE suportar o esforço de guerra ao mesmo tempo que combate o aquecimento global e caminha para a transição digital? Poderá a UE suportar o aumento dos preços dos combustíveis de que depende sem perder competitividade e sem baixar o nível de vida dos seus cidadãos? Poderá a UE continuar preocupada com o clima, o ambiente e a digitalização em simultâneo com uma situação de guerra e de escassez de combustíveis, inflação e o espectro da fome à vista?

É tempo de acabar com esses mitos e pruridos climáticos, é tempo de arranjar alternativas viáveis para energias mais baratas, é tempo de esquecer os telemóveis e quejandos, é tempo de guerra! E em tempo de guerra não se limpam armas!

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Sub-diretor do Inconveniente

Latest comments

  • Charles Gave 😎👍

    https://institutdeslibertes.org

  • Começo a pensar que os iluminados dirigentes europeus têm 3 objectivos supremos. a) Ajudar a enfraquecer a Rússia (no fim compararemos), b) ajudar a destruir a Ucrânia e c) empobrecer os europeus.

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