Desastre é a palavra certa para caracterizar a resposta da União Europeia à pandemia da Covid-19. Com mais de 800 mil óbitos, a UE é uma das regiões do globo com maior número de mortos por milhão de habitantes e sem dúvida a que pior resposta tem dado à epidemia.
A incompetência da UE começou logo no início: não quis investir na criação de vacinas europeias. Entretidos a dizerem mal do Trump, o tal que financiou a vacina da Moderna mas foi acusado de nada fazer para travar a pandemia, os líderes políticos da UE nem sequer acautelaram os contratos realizados com as produtoras de vacinas. Focada na aquisição de vacinas ao mais baixo preço, Bruxelas fragilizou o poder contratual da UE com o resultado que se conhece: permanente escassez de vacinas. Uma escassez que tem levado muitos europeus a atravessarem as fronteiras da Sérvia para terem acesso à Sputnik-V.
Sem contratos bem desenhados, a UE ficou à mercê dos interesses económicos das farmacêuticas. Resultado: a UE foi deixada para trás na distribuição das vacinas, sendo hoje uma das regiões do mundo com menor taxa de vacinação. A arrogância, o espírito de vingança e a mesquinhez, conduziram Bruxelas à recusa de compra e distribuição das vacinas russas e chinesas e à guerrilha permanente contra a vacina da AstraZeneca, pelo facto de ser uma produção do Reino Unido, o tal país que, após deixar a UE, caminharia para o desastre. Afinal, o Reino Unido, livre das amarras burocráticas da UE e do centralismo de Bruxelas, não só evitou o desastre como está perto de atingir a imunidade de grupo da população, coisa que a UE está muito longe de conseguir.
Portugal, sempre de mão estendida, ficou refém da estratégia centralista da UE e é, hoje, um país incapaz de vacinar a população, acumulando erros atrás de erros, encurralado pelos interesses corporativos dos grupos especiais, centros de saúde, Direcção-Geral de Saúde, sindicatos, ordens profissionais e políticos. Chegou-se ao ponto de vacinar primeiro jovens professores de vinte e poucos anos, deixando para trás os avós deles com 79 anos de idade. E que dizer da falta de vergonha e cobardia dos políticos e dirigentes associativos locais que passaram à frente dos mais de 80 anos de idade? Uma vergonha, uma imensa cobardia.
Ramiro Marques
* O autor segue a ortografia anterior
Carlos / Abril 8, 2021
Ao contrario de si, penso que a nível mundial fizeram um excelente trabalho.
As várias etapas forma delineadas e seguidas com bastante sucesso e os objectivos também estão e vão ser, atingidos com um bom nível de sucesso.
Por mim, podem ficar com a vacina ou dá-la a quem a quiser.
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Ram / Abril 9, 2021
Não compreendo o movimento antivacinas
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Carlos / Abril 10, 2021
Falo por mim e não por qualquer movimento anti ou a favor das vacinas.
No geral, penso que passa por uma questão do que valorizamos. Se os possíveis benefícios das vacinas ou os possíveis malefícios, ou até mesmo a necessidade das mesmas (como exemplo acho que a do tétano é boa e útil (só que agora vem com “brinde”).
Se é melhor tentar levar uma vida saudável ou não e depois recorrer a processos “invasores” para tentar evitar não adoecer ou minimizar os danos de doenças.
Depois temos os interesses económicos. Nada de errado, até que se sobrepõem à ética.
Por fim temos esta injecção, a que chamamos de vacina, de mRNA e que ninguém sabe no que vai dar, apenas que vão facturar uns largos milhares de milhões. Neste caso específico pago mas recuso ser cobaia.
É verdade que está repleto de promessas de portas que se podem abrir. Até me dá vontade de dizer que vão desde a cura da unha encravada no dedo grande do pé, até às pontas dos cabelos espigados… de promessas está o inferno cheio.
Importante, importante é que possamos todos poder continuar a optar! Cada vez mais parece uma miragem.
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