Crise energética: exploração de carvão pobre sacrifica turbinas eólicas na Alemanha

Sacrificar energia verde para a extração de carvão pobre, mostra o desespero da Alemanha face à escassez de combustíveis: “Na mina a céu aberto de Garzweiler, Alemanha, a extração de lignito (Braunkohle) deve continuar até 2030. Para tal, oito turbinas eólicas vão ser desmanteladas. Ativistas ambientalistas estão horrorizados, a operadora RWE (Rheinisch-Westfälisches Elektrizitätswerk) espera compensar noutro local” – pode ler-se numa notícia de 24-10-2022 do canal televisivo alemão ZDF.

O lignito é um carvão pobre, com um poder calorífico que pode variar entre 2,8 a 5,5 kWh/kg, quando a hulha tem um poder calorífico entre 6,7 e 9,7 kWh/kg. Por este facto, o lignito é usado principalmente em centrais elétricas próximas das minas por não ser económico transportá-lo a grandes distâncias.

As oito turbinas eólicas a abater foram erigidas em 2001, estando portanto em fim de vida – uma turbina eólica tem uma vida útil de 20 anos.

A iniciativa ambientalista “Todas as aldeias ficam”, criticou o desmantelamento das turbinas eólicas:

“Que no meio de uma crise climática e energética se esteja a demolir turbinas eólicas para alargar uma mina de carvão a céu aberto, é uma absurdidade insuperável.”