Cismeira de Biden #4

A Casa Branca está a procurar assegurar que pode cumprir a nova meta de emissões dos EUA, mesmo que um novo governo assuma o poder, disseram porta-vozes de Biden na sua cimeira climática virtual que teve lugar em 22 e 23-4-2021. O motivo desta expetativa é de que a indústria está a enveredar na direção da energia mais limpa, veículos elétricos e mais energia renovável.

“Nenhum político, por mais demagógico, potente ou capaz que seja, será capaz de mudar o que o mercado está fazendo”, disse John Kerry, embaixador climático de Biden.

Biden tem procurado juntar esforços para alegadamente combater as mudanças climáticas, mas abrir também novas oportunidades de emprego, argumentando que será bom para a economia que assim seja a fim de conter as preocupações republicanas de que a regulamentação do clima poderia desacelerar o crescimento económico.

O seu pacote de investimentos em infraestruturas de 2,3 mil biliões de dólares (a bazuca americana), correspondente a 1.885.323.800.000,00 euros, é visto como essencial para atingir a nova meta de emissões dos Estados Unidos, mas requer a aprovação do Congresso, onde os democratas detêm apenas uma pequena maioria.

A cisma de Biden com a redução das emissões pode ser válida para os EUA, que ainda esbanjam energia. Nem seriam necessários grandes investimentos em renováveis. Bastaria fazer subir o preço da energia para motivar as pessoas a poupar e as empresas a produzir equipamentos mais eficientes. Para atingir a meta de Biden de, até 2030, reduzir em 50% as emissões de CO2, seria suficiente que os EUA optassem pelo estilo de vida europeu, onde o consumo per capita de energia é metade do dos EUA. Mas um aumento do preço da energia tiraria aos EUA a sua principal vantagem competitiva em relação à Europa.

No que toca às promessas climáticas dos restantes países que os membros do G7 e G20 e a ONU pretendem ver renovadas e atualizadas na reunião de novembro de 2021 na Escócia, tratando-se de países pobres como Portugal, ou mais pobres ainda, essas promessas servem para que estes comprem equipamentos de geração e armazenamento de energia de alta tecnologia (caso exemplificado pela intervenção de Bill Gates na cimeira e que representa o lóbi eólico, solar, hidrogénio, etc.) ou de remoção avançada de dióxido de carbono (como foi o exemplo da intervenção de Vladimir Putin).


Nota editorial: Biden poderia decerto contar com António Costa e Silva, amigo do PM português, para planear a detonação dessa enorme bazuca norte-americana, se o Congresso a aprovar. Depois, contrataria o próprio António Costa, Matos Fernandes e João Galamba para acenderem o rastilho. E, finalmente, Sócrates para fazer contratos blindados com as empresas até 2030 ou 2050, e garantir que esse dinheiro seria depois recuperado dos contribuintes, salvo a parte que ele reservaria para um novo amigo dele…


Henrique Sousa
Editor de Ambiente e Energia

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Sub-diretor do Inconveniente

Latest comments

  • Espero ansiosamente que o clima seja convidado, o que até agora ainda não aconteceu, e que vá a estas cimeiras(lol), de preferência em meios de transporte de emissões zero, ficção científica no seu melhor, como todos os outros o fazem, e se comprometa também… e que os manjares sejam de carne sintética, tão do agrado do bill portões.

  • Os portões do nosso descontentamento

  • Neste contexto que vivemos cada vez “mais replicantes” de uma cultura que tristemente persiste e nos vai direcionando, cada vez mais, e cada vez mais depressa, para o desequilíbrio.

    “ … balelas de vendedores da banha da cobra do politicamente correcto e da pretensa “demo” cracia, tão-pouco igualitária!”

    “… negociatas de patos bravos”

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