Cientista-chefe da OMS recebe 2.º aviso legal

* imagem via Wikimedia Commons

Em 18-6-2021, a Health Policy Watch refere em artigo de Raisa Santos e Elaine Ruth Fletcher, que a Indian Bar Association (IBA), uma organização voluntária indiana de advogados, entregou, em 13-6-2021, um segundo aviso legal à cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, por alegadamente “fazer uma campanha de desinformação contra a ivermectina”, na sequência da recomendação da OMS contra o uso do medicamento antiparasitário como um tratamento Covid-19, devido à alegada falta de evidências de eficácia.

A IBA, com sede em Mumbai, enviara um aviso de 51 páginas a Swaminathan em 25-5-2021 (vide nossa notícia de 7-6-2021), reagindo às suas declarações de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda o uso da ivermectina como tratamento para Covid-19, exceto no contexto de ensaios clínicos.

Num tuíte de Swaminathan, de 10-5-2021, um dia depois do Estado de Goa ter optado pelo uso maciço da droga, ela recomendava especificamente o não uso de ivermectina para a Covid-19. A IBA classificou esse tuíte de “polémico”, tendo o mesmo sido posteriormente retirado por Swaminathan.

O tuíte foi emitido em nome de Swaminathan, @doctorsoumya, em 10-5-2021 e afirmava que “a segurança e a eficácia são importantes ao usar qualquer medicamento para uma nova indicação. @WHO não recomenda o uso de ivermectina para Covid-19, exceto em ensaios clínicos.”

O artigo da Health Policy Watch sugere que existem ligações de simpatia política entre a IBA e o governo de Narendra Modi, tornando assim a ação legal e humanitária em mais um caso político em torno da pandemia.

A IBA, por seu lado, considera as declarações de Swaminathan como “altamente inescrupulosas, enganosas e emitidas com objetivos ocultos e intenção deliberada de subestimar a eficácia da ivermectina no tratamento da Covid-19.”

Em resposta, a OMS disse que “lamentava os ataques injustificados contra altos funcionários nos média”, acrescentando que, apesar da publicação da suposta ação, não tinha conhecimento de nenhum processo formal movido pela IBA. E ressalva ainda que a IBA é uma organização voluntária sem status estatutário ou regulatório na Índia. A organização defende-se, através de um porta-voz, justificando que “a avaliação da OMS sobre a ivermectina para o tratamento de Covid-19 é baseada no estado atual das evidências científicas” e que “as diretrizes da OMS são desenvolvidas por um grupo independente de desenvolvimento de diretrizes globais e são atualizadas regularmente quando novos dados são disponibilizados”.

A diretoria geral de serviços de saúde do Ministério da Saúde e Bem-Estar da Família da Índia retirou recentemente a ivermectina de sua lista de tratamentos Covid recomendados.

Este assunto é abordado em meios de informação. O Gateway Pundit, em artigo de 26-6-2021, diz que “A IBA processa a OMS por mentir sobre a ivermectina, matando indianos”. E o Breaking Latest News, em artigo de 28-6-2021, refere que “a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde pode enfrentar pena de morte por não aprovar o uso de ivermectina para tratar o novo coronavírus”.

José Leite

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Sub-diretor do Inconveniente

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  • Não diria que é por não aprovar o uso, a OMS não tem esse poder, apenas recomenda. no entanto não pode afirmar que não existem estudos, não é um estudo é uma análise de estudos, dezenas, com protocolo vários:
    Ivermectin for Prevention and Treatment of COVID-19
    Infection: A Systematic Review, Meta-analysis, and Trial
    Sequential Analysis to Inform Clinical Guidelines
    Publicado pelo American Journal of Therapeutics.
    O que se passa e se repetiu pelo mundo é que há regimes terapêuticos que evitaram centenas de milhares de óbitos e a OMS, governos e reguladores apenas seguem o que a corrupção existente entre grandes laboratórios e “especialistas” lhes dizem para fazer. Na Índia, o primeiro Estado Indiano a usar Ivermectina foi o estado de Goa com resultados excelentes, até lá só a morte e o abandono dos doentes era a solução.
    Por cá os doente continuam a ser chutados dos Hospitais, só lá entram quando a situação é muito grave, basta ouvir os relatos de muitos dos que por lá passaram. O PR é conivente e com ele todos os outros responsáveis. Sem tirar valor ás vacinas, sabe-se que muitos dos novos casos estão vacinados e transmitem a doença, pelo que há que ter bom senso, num país que é só um pouco mais rico que a Índia, mas o mais pobre da União Europeia.

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