
No dia 14-6-2021 a CNN informou que a central nuclear de Taishan, situada na província de Guangdong, China, tivera um vazamento suspeito de radioatividade.
A notícia baseou-se num relatório da empresa francesa Framatome, enviado no dia 8-6-2021 para os Estados Unidos. O relatório refere um incidente classificado de nível zero que já tinha sido comunicado em 11-4-2021 e que consistiu na acumulação de gases de fissão inertes como o xénon e o kripton no circuito primário do reator 1 de Taishan.
A anomalia é relatada como um “fenómeno conhecido”, passível de resolução através de procedimentos operacionais e de segurança da central.
No mesmo dia 14-6-2021, um porta-voz da EDF (Electricité de France), empresa-mãe da Framatome e detentora de 30% da empresa que opera a central de Taishan, disse que um problema com barras de combustível levou à acumulação de gases, que tiveram de ser libertos para a atmosfera, após tratamento adequado.
Em 15-6-2021, o Japão informou que os seus postos de controlo de radiação, nomeadamente o do posto mais próximo de Taishan (Yonaguni), não registaram dados anómalos.
A notícia da CNN foi alvo de crítica por parte do cientista nuclear Li Ning (USA) que desvaloriza o incidente e responsabiliza os média de, com notícias destas, terem matado a indústria nuclear ocidental.
O governo chinês, segundo notícia da BBC, do dia 16-6-2021, já reconheceu danos nas barras de combustível da central do sul do país, mas disse que não houve vazamento de radioatividade. O Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China disse que o problema é “comum” e que não há motivo para preocupação.
A China possui dezenas de centrais nucleares e já investiu milhares de milhões de dólares no desenvolvimento do seu setor de energia atómica. A central de Taishan fornece energia para as áreas de Guangzhou e Shenzhen, grandes centros industriais da China.
José Leite