Causas e consequências da invasão geral da Ucrânia pela Rússia

A invasão geral da Ucrânia pela Rússia tem causas aflitivas e consequências tremendas sobre o mundo.

As causas:

  1. Imperialismo russo: Vladimir Putin quer restaurar o império russo, de que a União Soviética foi um exemplo.
  2. Fraqueza dos líderes ocidentais: Joseph Biden está senil e os EUA imersos na catarse da escravatura, nos delírios da ideologia de género e do catastrofismo climático; Merkel preocupava-se apenas com a economia e a imagem da Alemanha; Boris Johnson tenta sobreviver aos média enviesados para a esquerda; Macron não tem a gravitas que inspire respeito; a Nato receia a confrontação; e a União Europeia não tem poder militar, está politicamente dividida (veja-se o caso do Brexit), em poder económico e financeiro mas dependência energética face à Rússia.
  3. Decadência do império dos EUA: Obama e Hillary Clinton promoveram a insurreição na Líbia e na Síria que desestabilizou a região e perderam; Obama e a União Europeia ensaiaram apoio à mudança de regime na Ucrânia, mas consentiram a tomada russa da Crimeia e a testa de ponte do Donbass, não armaram a Ucrânia por medo a Putin; Biden debandou do Afeganistão e evita afrontar o líder russo.
  4. Tolerância de outras potências face ao expansionismo russo: a China tolera para garantir apoio à reunificação de Taiwan, à repressão das minorias e de Hong Kong e ao controlo do mar do Sul; a Turquia faz jogo duplo; a Índia não tem, por enquanto, poder de projeção e sofre também do irredentismo paquistanês na Cachemira.

As consequências:

  1. Continuação da guerra na Ucrânia até à tomada do poder, com o controlo militar do território e guerrilha ucraniana. Mais tarde, a Rússia acabará por ceder ao atrito da guerrilha.
  2. Na defesa, regresso à ameaça russa de expansão para ocidente, ainda que Putin não ouse atacar militarmente os países da Nato, com relevo para os do Báltico, nem Finlândia ou Suécia. Mas intensificará a provocação através da guerra eletrónica e de incursões de aeronaves e navios.
  3. Na economia, a estagflação (estagnação da economia e inflação crescente), a redução do poder de compra, desemprego e… fome.
  4. Na energia, o recuo na perseguição dos combustíveis fósseis e a inevitável redução dos impostos nesta área com translação para o IVA.
  5. Na política, o desprezo imediato pela pandemia, o fim do totalitarismo da ideologia do politicamente correto e do catastrofismo climático.

A geopolítica rebentou novamente com o idealismo e regressou a realidade dura da ameaça e da cobardia.

Sobre a evolução militar da guerra leiam-se os excelentes artigos de análise no Inconveniente, do nosso editor de Defesa, coronel José do Carmo, e do nosso subdiretor e editor de Energia e Ambiente, eng. Henrique Sousa, sobre a situação energética mundial.


António Balbino Caldeira
Diretor

Partilhar

Latest comments

deixe um comentário