
Um grupo de católicos lançou hoje, 31-8-2022, uma petição “Carta Aberta sobre o ‘Relatório de Portugal ao Sínodo 2021-2023’” de crítica ao “carácter sociológico” e ao “alinhamento com o pensamento politicamente correcto” do “Relatório de Portugal”, de 5-8-2022, da autoria da Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa.
Subscrita inicialmente pelo padre Gonçalo Portocarrero de Almada, a carta começa por ironizar que o relatório critica o clericalismo sendo clerical, passando para a crítica à tentativa de “democratização” da Igreja, naquilo que seria um processo de “perda da consciência do carácter sobrenatural da Igreja”:
Será que, na base desta consulta popular, há uma tentativa de substituir a Igreja hierárquica por uma Igreja democrática, de tal forma que os pastores, até agora entendidos como representantes de Deus, passassem a sê-lo do povo?! É o que parece deduzir-se do Relatório quando refere “uma Igreja onde os processos de tomada de decisão e escolha de lideranças é pouco transparente e inclusivo”, para depois propor “uma vivência mais democratizada [sic] e condizente com a sociedade”.
Os autores do “Relatório de Portugal” são acusados de um desejo de “refundar” a Igreja fundada por Cristo, e de se munirem de terminologia “politicamente correta”, “ideológica” e “sem qualquer fundamento científico”, dando como exemplo quando o relatório se refere a “expressões de género (grupo LGBTQi+)”, acrescentando adiante que “merecem o respeito que lhes é devido por parte de todos os cristãos e, se neles houver, como em todos os outros fiéis, um sério propósito de conversão, têm lugar na Igreja católica”.
A carta aberta chama ainda à atenção para o “tom” do relatório, que “sublinha os aspectos negativos e ignora os positivos”. Exemplo disso terá sido o facto de apontar a indiferença dos jovens, sem fazer referência aos “milhares de universitários que, todos os anos, participam na ‘Missão País'”.
Termina a carta da seguinte forma:
A Igreja que amamos e em que cremos, apesar de nos sabermos pecadores, é “una, santa, católica e apostólica”. É a Igreja dos Anjos e dos Santos, dos profetas, dos patriarcas, dos apóstolos, dos evangelistas, dos mártires, dos confessores e das virgens, que neste Relatório foram esquecidos, senão mesmo discriminados. É, entre muitos outros, a Igreja do Arcebispo São Bartolomeu dos Mártires, do Santo Condestável, da Rainha Santa Isabel, de Santa Beatriz da Silva e dos Santos Francisco e Jacinta Marto. É também, decerto, a nossa Igreja, mas é, sobretudo, a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus com o Pai e o Espírito Santo; a Igreja que só a Deus adora e que venera Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Rainha e Padroeira de Portugal, Mãe da Igreja.
Além do padre Portocarrero de Almada, figuram também os seguintes nomes entre os subscritores: Mafalda Miranda Barbosa, Professora da Faculdade de Direito de Coimbra; Bernardo Trindade Barros, Advogado e Professor universitário; Gonçalo Figueiredo de Barros, Jurista e Empresário; Luís do Casal Ribeiro Cabral, Médico; Cónego Armando Duarte, Pároco dos Mártires, Lisboa; António Bagão Félix, Economista e Professor universitário; Pedro Borges de Lemos, Advogado; João Paulo Malta, Médico; Aida Franco Nogueira, Advogada; Paulo Otero, Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Padre Mário Rui Leal Pedras, Pároco de São Nicolau, Lisboa.
Maria Adosinda Alves / Setembro 1, 2022
Como católica de coração e prática e farta da tibieza e acomodação dos católicos ( ministros ordenados, congregações religiosas e fiéis leigos), concordo integralmente com o conteúdo da carta aberta sobre o teor do relatório apresentado sobre o Sínodo em Portugal.
Maria Adosinda Alves – diocese do Porto
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Figueiredo / Setembro 14, 2022
Discurso do Patriarca Kirill:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A todos vós, caros Reverendíssimos Bispos, Padres, Irmãos e Irmãs, felicito-vos de coração por esta grande festa para a cidade de Moscovo e para a nossa Igreja. Rezamos hoje diante do ícone Donskoy da Mãe de Deus, recordando os maravilhosos acontecimentos, que estão relacionados com a oração dos nossos piedosos antepassados diante desta imagem. E especialmente memoráveis são os dois eventos da história de nosso povo, quando a oração diante do ícone Donskoy salvou nosso país.
A primeira vez que esse milagre ocorreu foi no ano de 1380 no campo de Kulikovo, quando uma batalha decisiva seria travada contra aqueles que ocupavam a terra da Rússia, que exploravam seus recursos, devastando a terra, e não apenas a terra, mas também o vida do povo. Porque a pobreza é muitas vezes acompanhada de vícios, e os longos anos de jugo estrangeiro, sem dúvida, afetaram a vida das pessoas. E assim, o príncipe Dmitry Donskoy decide lutar no campo de Kulikovo contra aqueles que durante séculos dominaram nossa terra. Como testemunham os historiadores, a força estava do outro lado e o risco era enorme, porque se a Rússia não vencesse, estaria simplesmente condenada à destruição. Era sobre se nosso país e nosso povo deveriam ser ou não.
Então, em 1380, os cossacos de Don trouxeram para o campo de Kulikovo esse mesmo ícone diante do qual oramos, e Dmitry Donskoy e todo o nosso exército se ajoelharam diante dessa imagem. Sim, talvez todo o nosso povo tenha rezado fervorosamente, mental ou fisicamente diante deste ícone, para que a batalha decisiva trouxesse a vitória à Rússia. E apesar das forças superiores do inimigo, a batalha foi vencida – sem dúvida pelo poder de Deus, bem como pela coragem de nossos soldados. Para a Horda foi a primeira derrota, mas para a Rússia foi a prova de que podemos lutar contra o jugo estrangeiro e ter o poder de derrotá-lo.
E o segundo evento está associado à cidade de Moscou. No ano de 1591, o Khan Giray da Crimeia fica nas colinas dos pardais. As defesas de Moscou não eram páreo para as forças da horda da Crimeia, e provavelmente não poderia ter ocorrido a Khan Giray que a cidade diante de seus olhos poderia resistir de alguma forma, muito menos danificar seu poderoso exército. Mas o que aconteceu aqui, neste lugar, onde estamos agora? Houve um culto especial de oração diante do ícone Donskoy da Mãe de Deus. Todos os que podiam, vinham rezar e pedir ajuda à Santíssima Mãe de Deus, porque também os moscovitas reconheceram o poder daqueles que olhavam com desprezo a nossa cidade e que tiveram todas as oportunidades para destruir Moscou, destruir o povo e muitos séculos mergulham nossa pátria de volta à escravidão. Coloquemo-nos no lugar dos moscovitas da época. Com que força de fé chegaram a esta imagem! Como pediram à Mãe de Deus que livrasse a cidade e, portanto, todo o país, da invasão de estrangeiros, da ruína, da violência, da pilhagem, dos incêndios, da morte, da destruição! E o que aconteceu? Aconteceu um milagre, que provavelmente nenhum observador externo na época acreditou.
Ainda hoje, as pessoas que estão longe da fé não podem explicar racionalmente nossa vitória sobre Khan Giray em 1591. Hoje, a maioria das pessoas é guiada em suas vidas não pela fé, não pelos mandamentos de Deus, mas por uma abordagem racional: se for proveitoso, então é necessário fazê-lo. Os critérios morais não são a política empresarial moderna. Mas alguma coisa mudou desde aqueles tempos antigos? Os armamentos e a estratégia militar mudaram, mas a oração ainda é um grande poder, com uma condição: se crermos. Se tivermos dúvidas, ainda mais se estivermos perplexos com a própria possibilidade da fé em Deus, nenhum milagre acontecerá. Porque Deus só entra na história humana, muda seu curso e entra na vida pessoal e social das pessoas quando Lhe pedimos com fé profunda.
Hoje chegaram tempos em que devemos especialmente pedir ajuda ao Senhor para nossa Pátria. De fato, há uma luta entre o bem e o mal cósmico. Por que nós dizemos isso? Porque a justificação do pecado é obra do diabo. O diabo precisa destruir o ponto médio entre o bem e o mal, confundir os conceitos, e é exatamente isso que está acontecendo hoje! As pessoas não fazem distinção entre o que é bom e o que é mau, porque poderosas forças de propaganda estão trabalhando em todo o mundo, formando essa visão de mundo. É com isso que a força das trevas conta: se as pessoas pararem de distinguir entre o bem e o mal, elas pertencerão ao mal, sem nenhum compromisso.
O que impede a vitória final do mal? Ela se opõe ao Senhor Jesus Cristo, Seu poder divino, revelado na fé de Seus seguidores, Seus discípulos. E enquanto houver uma fé inabalável entre Seus discípulos e seguidores de que o Senhor é o Senhor da história, que o destino do universo está em Suas mãos, que a fé em Deus é um pré-requisito para a sobrevivência da civilização humana, então o raça humana seja preservada.
Nesse sentido, nosso país tem hoje uma missão especial. Somos um dos poucos, que chama o mal de mal e o bem de bem, que não permite que as poderosas forças da propaganda misturem esses conceitos, para que as pessoas não distingam entre o bem e o mal. De fato, uma terrível noção está sendo imposta a nós; que não há bem e mal, mas sim modelos de comportamento humano, e cada um tem o direito de escolher o modelo que lhe convém. E se esse modelo contradiz a vontade de Deus, a lei moral de Deus, aquela que Israel encontrou no Monte Sinai, aquela que foi trazida ao mundo por Cristo Salvador – então como devemos agir? As pessoas bem-educadas e inteligentes não respondem a essa pergunta, mas as menos bem-educadas e inteligentes dizem diretamente o que pensam de nós. Então, o que está acontecendo hoje é realmente parte de uma luta muito importante, uma luta cósmica entre o bem e o mal. E Deus conceda que, através das orações dos santos que brilharam em nossa terra, nosso povo, apesar de todas as tentações e influências, mantenha sua fé ortodoxa, sua fé no Senhor e Salvador, na proteção de sua mãe Imaculada, e assim, sua capacidade de distinguir o bem do mal, sua capacidade de ser pessoas verdadeiramente livres. Para a liberdade fostes chamados, irmãos, diz o Apóstolo (Gálatas 5:13).
Tendo tudo isso em mente, mantenhamos a fé ortodoxa como o maior tesouro sagrado e mais precioso. E àqueles que ainda não acreditaram plenamente, apelo: chegaram os tempos em que não podemos fingir que nada está acontecendo, em que devemos fazer uma escolha de visão de mundo, da qual depende não apenas a vida pessoal de quem faz essa escolha , mas a própria existência de nossa Pátria.
Rezando diante do milagroso ícone Donskoy da Mãe de Deus, lembrando os grandes eventos heróicos de nossa história nacional, relacionados com a luta de nosso povo pela liberdade e independência, sejamos dignos de nossos grandes ancestrais. Nas atuais circunstâncias, esperemos com a mesma firmeza a proteção da Puríssima Mãe de Deus, ofereçamos nossas fervorosas orações à sua imagem, amemos nossa Pátria e estejamos prontos para defendê-la, se necessário. E cremos que Deus estará conosco, porque temos a verdade do nosso lado. Alguns podem se surpreender e dizer: por que isso? A resposta é simples: porque tentamos viver pela verdade de Deus, pela lei de Deus, pelos mandamentos, e se os violamos, por causa da fraqueza humana, não renunciamos subitamente a esses mandamentos como a lei básica da vida humana. E enquanto permanecer assim,
Desejo a todos uma feliz festa!
Fonte: Serviço de Imprensa do Patriarca de Moscovo e toda a Rússia
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J Lopes / Outubro 4, 2022
Acredito que os católicos são frouxos, ou tíbios, acomodados e decerto mais serão se aceitarem o politicamente correcto, se aceitarem a forma como todos os dias são tratados nas televisões censura em Portugal que são todos os canais.
Por mim não aceito que se venha falar em casos ocorridos com pessoas já falecidas e se não perceberem alguns que se trata de um ataque de infiltrados, pois que leia Santo Agostinho para perceber hoje o que se passa.
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