Canadá: capital põe fim a restrições, mas Trudeau ameaça congelar contas bancárias

Apesar do governador de Ontário, Doug Ford, ter começado a semana anunciando o fim do certificado à entrada de espaços públicos já a partir de março, o primeiro-ministro Justin Trudeau invoca agora emergência nacional, no mesmo dia, e ameaça congelar as contas bancárias de todos os envolvidos nos protestos do “Comboio da Liberdade”.

Os protestos nas ruas, com os camiões, atingem a terceira semana na capital Otava e em outras cidades do país. Porém, o governador da província mais populosa do país explica que o fim do certificado não é uma resposta aos protestos. Ford declarou apoiar quaisquer medidas repressivas adotadas pelo primeiro-ministro canadiano.

“Precisamos de lei e ordem. O nosso país está em risco. Não acontece apenas aqui em Ottawa, mas também em Alberta e na Columbia Britânica. Não aceitaremos isto.”

Horas depois, Trudeau invoca emergência nacional para deter os protestos contra o certificado de vacinação, ameaçando usar os bancos para congelar as contas dos envolvidos, sem necessidade de mandato judicial. Apesar disso, garante que gozaria destes poderes extraordinários “por tempo limitado”, suspendendo direitos, liberdades e garantias das populações com “razoabilidade e proporcionalidade”.

“Isto é sobre manter os canadianos seguros, protegendo o trabalho das pessoas.”

Promete ainda dar mais instrumentos de ação às polícias, para deter ou multar manifestantes e “proteger infraestruturas críticas”.

Só em Otava, entre 400 e 500 camiões estiveram estacionados no centro por 18 dias. Os manifestantes paralisaram várias partes da cidade, em geral ruas em torno do parlamento, e o governador Ford declarou estado de emergência na semana anterior.

Outras cidades foram alvos destes protestos pacíficos, incluindo Toronto e Winnipeg, onde muitos manifestantes não se inibem de revelar que desejam a demissão de Justin Trudeau, muitos descrevendo-o como um verdadeiro tirano.

Recorde-se que o liberal Trudeau não conseguiu maioria parlamentar em 2021, tendo o partido mantido resultados semelhantes a 2019 e os votos de apenas 1/5 da população elegível (20,3%).