A ideologia da supremacia
1. A ideologia Nazi
A ditadura assenta numa necessidade de dominação, de poder, ou seja de subjugação dos outros a uma só vontade. Para se dominar em termos sociais, o ditador assume o papel do Xamã das sociedades primitivas, utilizando os meios tecnológicos aos quais tem acesso. Esses meios permitem gerar uma alucinação coletiva, uma programação de convicções, sem as quais cada individuo pode randomizadamente ceder aos instintos de empatia e solidariedade inter-humana, ao livre-arbitrio, contrários à agenda politica totalitária que se pretende implementar.
O nazismo germânico assentava no Nacionalismo e noção do Super-Homem, segundo o modelo filosófico de Nietzsche 12. A superioridade da raça germânica, natural mas carente de afirmação, necessitava do seu oposto, ou seja da raça inferior, para ter sentido.
Assim os judeus foram o alvo imediato necessário para que a ditadura fosse eficaz. Ao serem declarados sub-humanos, com a cumplicidade de toda uma sociedade fortemente condicionada, não só serviram de alavanca para a emergência do “super-homem”, como foram através do confisco, uma importante fonte de financiamento da máquina militar, que asseguraria a supremacia sobre todos os outros povos.
Operacionalmente o regime Nazi é definido através de 3 personalidades fundamentais: Joseph Goebbels, responsável pela propaganda do regime; Heinrich Himmler, um dos chefes da Gestapo, a policia secreta do regime; e Reinhard Heydrich, o chefe da policia politica mais convencional, encarregue de eliminar os opositores ao regime, em estreita colaboração com Himmler.
A coordenação entre a propaganda e a repressão promoveu a eficácia, ambas favorecendo a submissão do cidadão comum à autoridade. A cooperação com a repressão representava uma forma de empoderamento fácil, permitindo que gente mediocre se afirmasse socialmente e financeiramente. A delação foi um mecanismo essencial da colaboração popular com o regime, apoiada pelas policias oficial e secreta. Ainda hoje paira no ar a pergunta “quem denunciou Anne Frank?” e quem tentar responder publicamente sujeita-se a ser censurado.
O colapso do Nazismo e a revelação dos horrores cometidos pelas autoridades levou ao Julgamento de Nuremberga num Mundo atónito, que não sabia (ou passou a não saber) o que na realidade se passava na Alemanha e seus apoiantes mais próximos, como a Áustria e Itália. Foi sob este clima que foi erigida uma jurisprudência de deveria ter sido a base do Mundo livre pós-guerra: a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, que abrange de forma mais próxima a área da saúde.
2. A ideologia Transnazi
Na ditadura atual o super-homem Nietzcheziano foi substituido pelo ser superior transhumano.
O super-homem moderno é um não homem, não mulher, não biológico, no todo ou em parte, um humano melhorado (gain of function, genetically enhanced) no fundo um não-Humano.
As populações Mundiais viverão numa sociedade melhorada, estritamente super-visionada pelos DDMT, através de um projeto designado como O Great Reset. Este conceito foi formulado pelo lider do Fórum Económico Mundial (FEM) conforme já anunciado pela própria ONU, embora ainda sem uma agenda claramente definida (que seja do conhecimento público).
Este ser “superior” será afirmado contra quem não colabora com a Agenda, inexoravelmente (enquanto esta prevalecer) os opositores do regime assumem o papel que os Judeus tinham no Nazismo, o inimigo contra o qual é conveniente dirigir o ódio imediato das massas.
Sobre a Propaganda já foram explicitados os principais mentores e alvos, incluindo uma coordenação harmónica impressionante, desde ao governo até ao cidadão comum, capaz de fazer corar de inveja Goebbels.
A negação da realidade é um dos aspetos fulcrais do Transnazismo, uma forma superior de permitir a adesão da população à agenda politica, mais abrangente e eficaz do que os métodos sanguinários de Himmler e Heydrich. Matar e prender são métodos que exigem um grande esforço, apenas eficazes num âmbito regional, como o foi na Alemanha e na Áustria, mas totalmente desadequados na realidade moderna em que a informação se difunde forma muito rápida, por vezes mais rápida do que a pena dos censores, momentaneamente. A negação da realidade inclui: a negação da factualidade (por vezes descrita como empirismo); da ciência verdadeira, assente no método experimental e na produção de prova; a negação da matemática; e a negação da própria biologia, do dimorfismo sexual, genético e fenotipico.
De facto, há uma particularidade muito importante no Transnazismo, que não estava presente nas ditaduras do séc. XIX e XX, a censura da discussão cientifica pura, a necessidade de dificultar publicações ou de comentar ‘oficialmente’ resultados cientificos reveladores, o que remete a neoditadura para uma regressão mais Medieval, religiosa.
Os opositores ao regime são globalmente submetidos a uma tortura de baixa intensidade, mas muito prolongada, capaz de causar problemas de saúde mental e até fisica. Isto é conseguido através da doxa, obtendo-se o isolamento social e descredibilização, sem ter de se empregar recursos repressivos que seriam gigantescos numa escala Mundial.
A capacidade de fazer populações inteiras viver numa realidade paralela constitui uma forma bastante eficaz de repressão, pensando em termos globais. A aceitação manipulatória do absurdo permite um poder quase ilimitado, para quem manobra o jogo, sem ter de despender recursos gigantescos como os mobilizados no Holocausto. Aliás nem é preciso confiscar, para já basta controlar o fluxo de capitais.
A alucinação coletiva funciona de forma muito eficaz e permite uma outra carateristica fundamental do Transnazismo, a negação do Direito. Uma frase popular: “a minha máscara protege-te a ti e a tua protege-me a mim” evoca de facto de forma eloquente a sujeição da vontade individual perante um interesse comum, apanágio de todas as ditaduras. O facto de negar diretamente a Declaração de Bioética e Direitos Humanos, que no seu artigo 1º impede que o individuo seja submetido à vontade coletiva sob coação, por justificação politica ou no interesse da ciência, não desencadeou qualquer reação social ou judicial: “Os interesses e o bem-estar do individuo devem prevalecer sobre o interesse exclusivo da ciência ou da sociedade” (sic). O Transnazismo renega liminarmente a jurisprudência de Nuremberga, naturalmente, em nome de um interesse superior, a segurança pessoal, a segurança coletiva, a trans-evolução. Renega consequentemente e deliberadamente a Medicina moderna e um dos seus pilares fundamentais, o direito ao Consentimento Informado. Evoca, enfim, o renascimento do nazismo.
O Mundo encontra-se já de facto dividido em dois planos: um Mundo Real onde terá lugar apenas uma elite internacional, em parte sediada nos EUA mas que poderá incluir lideres de outros países como a China, alguns poucos milhares de pessoas; e um Mundo Alucinatório, de fantasia, onde habitam cerca de 7,8 mil milhões de pessoas, cuja realidade é aquela que os chefes do regime pretenderem gerar, uma trans-realidade.
A ideologia Transnazi consiste na sua essência na génese de uma elite trans-humana, gerindo uma trans-realidade, que dominará o Mundo segundo os seus interesses, os seus desejos, os seus preconceitos, ou apenas com base nos seus caprichos.
3. Os DDMT
Quem é dono do Mundo é quem detém o poder económico, os donos de fortunas colossais, ou de quem comanda as estruturas que controlam o fluxo de capitais. São as: “Novas forças, altruístas e universalistas, já atuantes hoje” tão celebradas por Jaques Attali 13.
No topo da pirâmide estão organizações como a Vanguard e Blackrock, de quem dependem direta ou indiretamente milhões de empresas, ou seja praticamente tudo.
A implementação de uma moeda fiduciária serve perfeitamente os interesses de quem domina o fluxo de capitais, logo a propriedade, sem ter de estar preso a um valor tangivel, muito de acordo com a trans-realidade, neste caso no âmbito financeiro.
O campo operacional contudo necessita de organizações capazes de fazer atuar a Agenda, de planear de forma consensual o presente e o futuro do Mundo, sendo idealmente estruturas com o estatuto de Filantropia, que assim fogem mais facilmente à fiscalidade e ao escrutínio estatal nas suas atividades trans-nacionais. As Fundações Rockefeller, Rothschild, Bill e Melinda Gates, juntamente com o Fórum Económico Mundial, tem uma capacidade financeira quase ilimitada, gerando periodicamente planos e relatórios que em parte revelam as suas visões sobre o futuro, incluindo a evolução climática, de pandemias, energia e ordenamento territorial, que muitas vezes são comprovadas pela realidade. Omnisciência, coincidência ou consequência? A resposta ficará dependente do livre-arbitrio de cada um, enquanto isso houver.
Ao ouvirmos os seus Administradores a falar, ficamos maravilhados com os conhecimentos técnicos vertidos, sobre politica, clima, saúde, ou mais especificamente virologia e epidemiologia. Desconexão com a realidade? Não, trans-realidade pura-e-dura.
O Transnazismo deriva de facto da ambição dos super-ricos, que tudo podem comprar, incluindo a comunicação Mundial, os dirigentes politicos e decisores ligados à saúde.
Os DDMT contudo enfermam das mesmas limitações naturais do comum dos cidadãos, a vulnerabilidade à doença e a mortalidade. O que verdadeiramente falta a este novo poder ilimitado é uma vida mais prolongada, quiçá eterna: o Santo Graal.
Se dúvidas havia a este respeito, uma intervenção de um dos conselheiros do FEM, amplamente elogiado pelo proprietário do Facebook, dissipa todas as suspeitas: num video recentemente visionado, Yuval Noah Harrari 14 foi claro na preocupação sobre a reação das massas perante o facto de as elites estarem isentas de morrer (“exempt from death”). Não só os muitos ricos têm acesso a muitas coisas que a plebe não tem, como agora até teriam acesso a uma vida mais prolongada, algo que seria muito perturbador para a generalidade das pessoas, perigoso para a estabilidade social. Esta preocupação, aparentemente delirante, apenas revela uma profunda convicção por parte dos próprios DDMT que o prolongamento artificial da vida é uma realidade não só possivel, mas muito próxima.
Para obter uma melhoria genética da elite, num modelo de transhumanismo, é necessário o controle da população em geral, total, mental e fisico, uma sujeição que permita a longevidade e a segurança dos dominadores. Consequentemente, quase inevitavelmente, o controle populacional constituirá um objetivo central (como já enunciado na teoria Malthusiana, ou tal como gravado na pedra em Geórgia).
O poder Transnazi não só ambiciona como necessita do dominio total, deambulamos hoje na antecâmara da ditadura perfeita.
Henrique Guerreiro
* O autor escreve segundo a sua própria norma ortográfica.
Notas
12. Friedrich Nietzsche (viveu entre 1844-1900) foi um filósofo germânico que idealizou o Übermensch, o Homem Superior, supra-Humano, que seria utilizado anos mais tarde como inspiração para a noção da superioridade da suposta raça ariana. Coincidentemente, os novos filósofos adeptos do transhumanismo procuram recuperar a imagem de Nietzsche.
13. Jaques Attali, antigo conselheiro de Miterrand, é autor de inúmeros ensaios, entre os quais, Uma Breve História sobre o Futuro, Fayard 2009. Defendeu a redução populacional seletiva e a submissão Mundial a uma elite iluminada. Citando: “Aproximadamente em 2060, ou mais cedo – a menos que a humanidade desapareça sob um dilúvio de bombas -, nem o Império Norte-Americano, nem o hiperconflito serão toleráveis. Novas forças, altruístas e universalistas, já atuantes hoje, tomarão o poder mundialmente, devido a uma premência ecológica, ética, económica, cultural e política.
Elas se rebelarão contra as exigências da vigilância, do narcisismo e das normas. Conduzirão, progressivamente, a um novo equilíbrio, dessa vez planetário, entre o mercado e a democracia: a hiperdemocracia. Instituições mundiais e continentais organizarão a vida coletiva, graças a novas tecnologias.” fim de citação.
14. Yuval Noah Harari é professor e autor de obras como: Sapiens: Uma breve história da humanidade; Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã; Notas sobre a Pandemia; Breves lições para o mundo pós-coronavírus (artigos e entrevistas). Leciona no departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém.