
Quase todos os dias somos confrontados com notícias sobre: mulheres mortas às mãos dos “companheiros” (maridos que amam, fiéis e comprometidos, começam a ser uma espécie em vias de extinção, bem como esposas); e crianças, mortas às mãos de adultos, que as deviam proteger, nunca maltratar e matar. Também existe uma escalada de violência doméstica entre pessoas do mesmo sexo que vivem juntas, mas não interessa que isso seja muito noticiado, para não acabar com a narrativa oficial de que essas pessoas são muito mais felizes, mais livres, muito melhores e menos violentas do que os casais compostos por homem e mulher.
Chocados, perdemos de vista os factores que levam a que essa violência prevaleça e até pareça multiplicar-se.
Afinal, a quem interessa o fim da violência doméstica? Às muitas associações que ganham protagonismo e milhões à custa da violência doméstica, e que pagam ordenados chorudos a quem as dirige? Certamente não.
O Estado também não parece muito interessado em acabar com ela, pois perderia algumas clientelas. Por isso, não aumenta as penas para os agressores nem faz aplicar a lei em tempo útil e de forma eficaz.
Mas, então, com tantas associações e leis aprovadas a favor da mulher – para combater a violência doméstica – porque será que todos os dias temos notícias de mulheres mortas às mãos dos ditos companheiros, de homens mortos às mãos das ditas companheiras (menos, claro, mas também existem), e de crianças barbaramente assassinadas pelos próprios pais?
Olhando para a sociedade que me rodeia e para as políticas públicas, defendo que a violência doméstica é resultado de vários factores, que passo a enumerar:
- Políticas feministas de engenharia social, que ignoram a natureza do ser humano e promovem activamente, desde o ensino básico, a vitimização da mulher e a diabolização do homem. Ou seja: o conflito e o ódio entre os dois sexos é instigado desde muito cedo e os resultados estão à vista;
- A narrativa de que a mulher só se realiza, como mulher, a trabalhar fora do lar (de que ser “escrava” do patrão, para quem é só mais um número, é melhor do que trabalhar dentro do lar, ajudando o marido, que a ama, e educando os filhos, que precisam tanto da presença e do cuidado dela), sobrecarregando-a com duas jornadas de trabalho (às vezes, a tomar conta dos filhos dos outros enquanto outros tomam conta dos seus) – fora do lar e no lar (não importa o quanto o marido ajude, ambos estão sobrecarregados de trabalho) – levando assim a um cansaço extremo, que resulta em falta e paciência, que acaba por ser descarregada naqueles que estão mais próximos, redundando num maior e mais rápido desgaste na relação e, claro, no fim do casamento e na destruição da família;
- Políticas que vulgarizam o divórcio, que por sua vez aumenta a pobreza, e que, no caso de mulheres ou homens que ganham ordenado mínimo ou pouco mais, obriga a procurar mais trabalho, para fazer face às despesas, o que por sua vez obriga a mãe a passar menos tempo com os filhos, aumenta as despesas, o cansaço, a impaciência, o desespero e o conflito;
- Políticas de precariedade laboral, que resultam em insegurança económica e financeira, que, por sua vez, resultam em stress e conflito. Como diziam os antigos: «Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão»;
- Políticas de consumismo, que convencem a sociedade de que o valor de uma pessoa se mede pelo seu estilo de vida e pelas posses materiais e que levam as pessoas a endividar-se mais e mais;
- Políticas de engenharia social, anti-diversidade, que têm vindo a promover , através da Escola e dos meios de comunicação social, a ideia de que o homem/masculino e a mulher/feminino são identidades socialmente construídas, e não duas realidades biológicas e psíquicas diversas, com sensibilidades, valores e objectivos diferentes;
- Políticas sociais e culturais pró-feministas e anti-família, que ignoram que a família é a base e o pilar de uma sociedade saudável, estável e próspera, o único lugar onde o homem e a mulher desenvolvem e potenciam todas as suas qualidades e diferentes papéis (diversidade e complementaridade), permitindo-lhes a realização pessoal e social, que lida com os problemas que surgem, tendo sempre em vista o bem-estar e a estabilidade da família, e onde a violência não tem lugar;
- Políticas hedonistas e pagãs, que promovem a cultura do “eu”, egoísta, naturalista e animalista, o marxismo cultural e o paganismo, onde o materialismo é a razão de todos os sacrifícios e os animais são humanizados e passam a ocupar o lugar das pessoas;
- Políticas absolutamente imorais, que promovem e incentivam o culto da imagem e do sucesso a qualquer preço, onde artistas, alinhados com o politicamente correcto, os movimentos da moda, e os especialistas em tudo e mais alguma coisa, que entram na casa das pessoas todos os dias através dos ecrãs, são o exemplo e a medida de todas as coisas;
- Políticas que defendem a lei do mais forte, como por exemplo, “o direito da mulher” a matar o bebé que vive no seu ventre [o aborto], uma decisão unilateral, na qual, o homem, o pai do bebé (que as feministas acusam de ter todo o poder), não é perdido nem achado. Ele só é tido em conta e obrigado, caso não queira o bebé e a mulher não queira abortar, a sustentar o filho (são os tais privilégios dos homens…);
- Políticas que, supostamente, combatem a discriminação, mas que, violando acintosamente a Constituição da República Portuguesa, discriminam “positivamente” em função do sexo, preferências sexuais, religião, cor da pele e etnia, como o propósito de recrutar militantes;
- Políticas de género, que estimulam a divisão e o ódio entre ambos os sexos e entre pessoas com diferentes preferências sexuais, que são convencidas de que a forma como se relacionam sexualmente é a sua identidade, que são as suas pulsões genitais e os seus sentimentos que definem quem são, e que todos os demais têm de reconhecer, apoiar e elogiar essa “identidade”;
- Políticas que afirmam combater o racismo, mas que, na verdade, o acicatam, pois transformam em eternas vítimas pessoas com a pele mais escura e acusam os de pele mais clara de supostos crimes ocorridos há mais de 500 anos. Ou seja: a narrativa marxista do oprimido e do opressor, que tanto sangue derramou, está de volta, travestida com novos protagonistas e promete fazer mais estragos.
Assim, num mundo em convulsão, onde falta pouco para mais uma revolução (desta vez, sangrenta), a violência doméstica, sendo um crime público, só poderá ser combatida, social e juridicamente, se as penas forem efectivamente agravadas e aplicadas.
Continuar a usar a violência doméstica como bandeira do movimento feminista e bezerro de ouro das esquerdas encostadas, ou seja, como algo estritamente político/ideológico, só servirá para agravar o problema e aumentar o número de vítimas.
A irresponsabilidade política, que legisla constantemente no sentido de obrigar a sociedade a ajoelhar-se perante toda a sorte de imoralidade e ignora a natureza humana, é o principal factor do aumento de todo o tipo de violência, incluindo a violência doméstica. Não nos deixemos enganar: a violência doméstica, que não ocorre só entre marido e mulher, mas também entre pessoas do mesmo sexo, que vivem juntas, e entre pais e filhos, avós e netos, é só uma das faces visíveis das políticas imorais e anti-família, tão necessárias para que a família seja destruída e o socialismo se instale definitivamente.
Como dizia a feminista Alxandra Kollontai, no seu livro “O Comunismo e a Família”:
Quanto mais se extende o trabalho assalariado da mulher, mais aumenta a decomposição da família. Que vida familiar pode haver onde o homem e a mulher trabalham na fábrica, em secções diferentes, se a mulher não dispõe nem sequer do tempo necessário para preparar uma refeição razoavelmente boa para os seus filhos?! Que vida familiar pode ser a de uma família em que o pai e a mãe passam fora de casa a maior parte das vinte e quatro horas do dia, voltados para um duro trabalho que os impede de dedicar uns poucos minutos aos seus filhos?
A resposta é: Nenhuma.
A quem interessa o fim da violência doméstica? Só às vítimas.
Maria Helena Costa
* A autora escreve segundo a anterior norma ortográfica.
Davide / Novembro 9, 2022
Dividir para conquistar eis a situação. Quem ganha com isto?
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Alexandre N. / Novembro 10, 2022
Todos esses tipos de comportamentos, tem todos uma coisa em comum, falta ou inexistência de educação e perda ou inexistência de valores Cristãos.
A primeira delas já se sabe de quem é a culpa, os pais. A segunda já é mais abrangente, implica mais “gente”
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Carlos2 / Novembro 10, 2022
Mais um excelente artigo.
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