Aeroporto, um filme americano de 70mm, foi um sucesso de bilheteira em 1970. Com roteiro baseado no livro do mesmo nome de Arthur Halley, escrito e dirigido por George Seaton, teve no seu elenco dois grandes nomes do cinema americano, Burt Lancaster e Dean Martin.
O filme tem uma história que se desenrola no fictício Aeroporto Internacional Lincoln localizado perto de Chicago. O filme foi produzido por Ross Hunter com um orçamento de 10 milhões de dólares e rendeu cerca de 10 vezes mais.
O êxito alcançado pelo filme fez com que tenha tido mais 3 sequências, Aeroporto 75, Aeroporto 77 e Aeroporto 80 – O Concorde.
Lembrei-me deste filme por causa da recente consulta popular lançada pela Comissão Técnica Independente criada pelo governo socialista para escolha da localização de um novo aeroporto para servir a região de Lisboa, cuja construção começou a ser equacionada em 1969 (antes do filme), isto é, há mais de 50 anos, ainda no regime de Salazar em que foram construídos todos os aeroportos de Portugal e suas possessões de além-mar, seguramente mais de uma vintena de pistas internacionais e inúmeros aeródromos.
Após o 25 de Abril de 1974, nenhum aeroporto foi construído de raiz. O aeroporto civil de Beja, inaugurado em 2009 por Sócrates, não foi mais que a adaptação de uma base militar que deixou de interessar aos alemães. Outros aeroportos sofreram ampliações mas nenhum foi feito de raiz.
Na consulta popular agora lançada trata-se simplesmente (e ainda) da escolha da localização, estando já sete delas preestabelecidas. Depois as localizações propostas serão alvo de intermináveis estudos, tantos e tão demorados quantas as propostas. Ou seja, a decisão sobre a localização será adiada para as calendas de maio de um ano qualquer de um futuro distante. Só depois é que se dará início ao projeto e as obras virão… ou NAL (leia-se em brasileiro)!
Resumindo, o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa, já tem matéria para um filme de sucesso superior ao filme Aeroporto porque, no que respeita ao dinheiro já investido em estudos e avaliações preliminares, já deve ter excedido em muito o que foi gasto para produzir aquele.
O nome está bem escolhido: NALgum dia e NALgum lugar será construído o NAL… ou NAL (leia-se em brasileiro), quiçá quando os aviões comerciais já tiverem descolagem e aterragem verticais.