A teoria da conspiração… Ah, a culpa é (sempre) dos americanos!

Num mundo onde as teorias da conspiração vendem como pãezinhos quentes, é frequente, a propósito da guerra que a Rússia moveu contra a Ucrânia, que os “simpatizantes” do agressor se considerem mais esclarecidos que a “carneirada”, e citem em circuito fechado, as mais ousadas teses, pretendendo demonstrar que determinado evento não é o que parece, mas sim algo mais insidioso, causado por manobras secretas orquestradas por um qualquer grupo de poderosos e maléficos manipuladores, genericamente americanos e “globalistas”.

Estes sombrios personagens mais fáceis de designar em abstracto, do que apontar em concreto, variam conforme as convicções de quem os invoca. Podem ser os “poderosos”, os “especuladores”, o “Grande Capital”, os “neocons”, os “neoliberais”, os judeus, os americanos, os franco-mações, os “bilderbergers”, os “globalistas”, e por aí adiante, até se chegar a entidades esotéricas como os “illuminati”,  os “Sábios de Sião”,  etc., etc.

O facto de algumas destas entidades existirem e prosseguirem actividades por vezes pouco conhecidas, dá alguma plausibilidade às delirantes teorias que em seu redor se tecem, tal como um bom filme de ficção que se apoie sobre factos reais. Já António Aleixo dizia que “P’ra mentira ser segura, e atingir profundidade, tem que trazer à mistura, qualquer coisa de verdade”.

As teorias da conspiração vieram ocupar o espaço vazio criado pelo advento do racionalismo e o definhamento da crença religiosa. Até aí a culpa dos males do mundo era do demónio, ou dos nossos pecados.

Agora já não se acredita no demónio, pelo que o seu substituo é sempre um grupo de “poderosos”, creditados com poderes avassaladores e pérfidas intenções, ou seja, demónios profanos que conspiram para “nos” tramar.

Nos últimos anos, as teorias da conspiração têm ganho tracção, na medida em que cada vez mais gente predisposta a narrativas simplificadoras, acede a meios de fácil e rápida disseminação, como a Internet.

O diagnóstico de paranóia é tentador, porque parece óbvio e imediato, mas exige uma análise mais cuidada, até porque as teorias da conspiração são vocalizadas, sem qualquer noção de ridículo, por bastas figuras mediáticas.

Apesar de argumentativamente pobres, unidimensionais e incapazes de lidar racionalmente com todas as facetas da realidade, as teorias da conspiração têm uma notável coerência lógica interna. Uma vez interiorizadas, convertem-se em narrativas completas e totalizantes do mundo, que despertam paixões e criam escatologias poderosas, situando a humanidade numa luta sem tréguas do bem contra o mal, “deles” contra “nós”.

A ficção literária e cinematográfica tem explorado este filão argumentativo. Os heróis lutam com poderosos vilões ou oligarquias ocultas que, desde Spectre ao Dr Strangelove, de Lex Luthor ao Império, da Segunda Fundação ao Mula, querem sempre dominar o mundo. No cinema, Matrix, X-Files, Capricórnio Um, e Fahrenheit 9/11 são emblemáticos deste sucesso. Na literatura o rol é extenso.

Estas narrativas simplistas, destinadas ao puro entretenimento ou à luta político-ideológica, entram contudo na cultura popular e criam um feno rico, onde se alimentam os espíritos predispostos a transportar para um real que têm dificuldades em compreender, a simplicidade da ficção.

Os adeptos da teoria da conspiração (ATC) não são idiotas chapados. Alguns parecem pessoas normais.

Podem debitar uma notável cornucópia de factóides, tão avassaladora que quem não conhece o assunto com alguma profundidade, apesar de sentir ofendido o seu sentimento de plausibilidade, se vê em sérias dificuldades para rebater, embora intua que as coisas não podem ser assim. Tome-se por exemplo a teoria de que os americanos não foram à Lua e que tudo foi encenado num estúdio. Os ATC atiram com factóides, encadeiam acontecimentos, insinuam perguntas e mostram até fotografias. Tudo o que dizem é rebatível, mas não pela generalidade das pessoas, que conhecem o assunto apenas pela rama, embora sintam que nada daquilo é plausível (desde logo pela manifesta impossibilidade de manter por muito tempo em segredo uma fraude a esta escala, na qual teriam de estar implicados dezenas de milhares de pessoas, planeadores, funcionários, pilotos, fornecedores, operários, políticos, famílias, jornalistas, fotógrafos, militares, marinheiros, etc., etc.) . O que se passa com a narrativa de que foi a América que lançou a guerra contra a Rússia, e não a Rússia que invadiu a Ucrânia porque achou que podia, é semelhante, já para não falar de Pearl Harbour, do negacionismo do Holocausto, dos atentados em Nova Iorque e Londres, etc.

Muitos  ATC são movidos por um sincero desejo de compreender o mundo. Trata-se de mentes curiosas que, expostas a leituras sectárias, passionais e sedutoras, acreditam que descobriram algo que outros ainda não viram e desenvolvem uma patológica desconfiança no conhecimento classicamente decantado, o qual, por ser neutro, objectivo e documentado, não contém os rasgos imaginativos que o tornem entusiasmante e diferente, sendo por isso descartado como propaganda criada pelos “maus” para camuflarem as suas intenções

As teorias da conspiração são sedutoras porque propõem uma visão simplificada do mundo, na qual todos os acontecimentos negativos encontram o seu lugar no vasto projecto da conspiração. Dos terramotos aos tornados, das revoluções às guerras, dos golpes de estado às decisões políticas, tudo passa a ser integralmente explicado pela conspiração. Mesmo que os factos não pareçam imediatamente inteligíveis, há sempre uma explicação posterior que os relaciona e os integra na grande narrativa da conspiração.

No argumentário típico do ATC, qualquer realidade confusa ou complexa pode ser facilmente iluminada por uma narrativa pré-estabelecida que revela a verdade escondida. Ao contrário do método científico, aqui a conclusão precede a demonstração.

Perante um acontecimento desagradável (um terramoto, uma epidemia, uma guerra, a destruição dos gasodutos, etc.), e porque é sempre possível encontrar alguma vantagem ou desvantagem, real ou imaginária, para terceiros, conclui-se que a culpa é dos “maus”, e seguidamente seleccionam-se e ordenam-se factos que, pela estranha coincidência sublinhada pelo ATC, provam a conclusão.

Por exemplo, a 2ª Guerra Mundial, cujas causas foram várias e complexas, levou, entre outras tragédias, ao massacre dos judeus e à fuga massiva para as suas terras ancestrais onde, em 1948, fundaram o estado de Israel. Esta cadeia de causas e consequências é perfeitamente racional e não suscita quaisquer dúvidas.

Ora o ATC, que não terá qualquer dificuldade em “demonstrar” que sendo o objectivo dos judeus formar um estado, e tendo isso ocorrido após a 2ª Guerra Mundial, então esta e as suas incidências terão sido manipuladas pelos próprios judeus, pelo que a própria Guerra terá sido desencadeada pela conspiração sionista, tendo em vista estabelecer o Estado de Israel. Ou seja, constrói-se uma cadeia de acontecimentos do presente para o passado. Isto é possível e fácil de fazer com qualquer acontecimento. Basta encadear factos seleccionados, a partir da actualidade.

Muitas vezes os ATC assentam a sua argumentação em perguntas retóricas sobre coincidências que eles mesmo alinham. É como chegar a um restaurante e perguntar em voz alta ao empregado se hoje a sopa não tem moscas. É apenas uma questão, mas à qual subjaz a acusação de que este restaurante costuma servir sopa com moscas.

O ATC não está a afirmar nada, mas a pergunta é capciosa, só fazendo sentido se quem a formula quiser sugerir que havia mesmo moscas na sopa. O alvo da pergunta fica de repente numa situação em que o ónus da prova acaba de ser invertido. Para provar que nesta sopa não há moscas, terá de andar de mesa em mesa, numa figura patética a mostrar a sopa a comensais desconfiados, mas a lebre já está lançada e alguns deles não só não voltarão àquele restaurante, como dirão, em conversas ocasionais, que consta que naquele restaurante os padrões de higiene são baixos e parece até que já apareceram moscas na sopa.

Há testemunhas…várias pessoas estavam no restaurante quando um cavalheiro suscitou a questão das moscas e muita gente está já a par da história das moscas. Por que razão alguém haveria de perguntar por moscas na sopa, se não houvesse de facto moscas na sopa? – perguntará o ATC.

Não é possível ao restaurante provar o contrário pelo que a ausência de prova é, numa pirueta epistémica, interpretada pelo ATC como prova da ausência, isto é, o facto de o restaurante não ser capaz de provar urbi et orbi que nunca teve moscas na sopa, é prova provada, no universo mental do ATC, de que tem sempre moscas na sopa.

Todas as teorias da conspiração assentam em duas premissas essenciais:

1ª- Nada é o que parece. A realidade é um biombo que esconde o verdadeiro mundo a que só os iniciados têm acesso. No mundo dos ATC, a generalidade das pessoas está alienada por um mundo mediático que trabalha para os conspiradores, pelo que nada do que leem, veem ou ouvem é verdadeiro. Verdadeiro é apenas aquilo que eles, ATC, sabem, através de fontes “de confiança” e que são, regra geral, sites, livros e panfletos que se citam uns aos outros, em circuito fechado. Os ATC consideram-se a si mesmos indivíduos superiormente perspicazes, face a uma massa de pessoas basicamente cegas e ignorantes, a “carneirada”, que se arrasta pela vida em estado quase catatónico, incapaz de ver a realidade das engrenagens que a fazem andar.

2ª- Nada acontece por acaso, tudo tem uma causa oculta, causalidade que só é discernível por quem conhece a causa oculta. O mundo está assim num equilíbrio virtuoso, constantemente assaltado por poderes malignos, americanos, que querem destruir esta harmonia para instalar uma nova ordem mundial.

Uma vez que opera em segredo, a conspiração não revela acções e métodos, os quais são apenas identificados a posteriori pelos ATC, os únicos capazes de perceber que o que aconteceu foi provocado pelos conspiradores, i.e, os ATC não nos dizem o que vai acontecer, explicam o que aconteceu, de acordo com a sua narrativa conspiratória.

Alguns ATC vêem-se também como intrépidos guerreiros, na primeira linha de uma luta cósmica contra o mal, e trabalham sempre numa perspectiva retroactiva, descrevendo minuciosamente o passado e evitando especular sobre o futuro. A conspiração só se revela postumamente, e qualquer que seja o resultado era esse mesmo que a conspiração pretendia, o que prova o poder dos conspiradores.

Esta retroacção explicativa, permite aos ATC escolher à linha os acontecimentos que reforçam a sua interpretação e ignorar os que a contradizem.

A solidez interna de uma teoria da conspiração, é inabalável. Admitindo a priori que existe uma conspiração, as alegações são coerentes e estão obviamente de acordo com o postulado, porque os factos elencados são apenas aqueles que o ATC escolhe. Esta lógica resiste bem a qualquer ataque exterior, uma vez que quem contesta a teoria da conspiração tem de trazer para a discussão factos não reconhecidos pelo ATC, o que o torna num conspiracionista ou em alguém a soldo destes. Assim, qualquer dúvida sobre a conspiração é uma prova mais da sua existência. É por isso que Adolfo Hitler dizia que quanto mais se nega a conspiração, mais se prova a sua existência.

Isto é assim porque para o ATC, quem se recusa a reconhecer o segredo prova, pelos seus esforços, que esse segredo existe.

É basicamente o raciocínio que a Inquisição usava no julgamento das bruxas: se confessava ficava provado que era bruxa. Se não confessava, é porque tinha poderes e isso provava que era bruxa.

Não é pois possível através de uma argumentação racional provar ao ATC a incoerência da teoria da conspiração, porque o pensamento conspiracionista assenta num acto de fé: a de que existe uma conspiração. A conspiração não se pode provar em si mesma, mas apenas através dos factos por ela putativamente causados. Os factos podem obviamente ter outras explicações mas para o ATC a única explicação válida é a conspiração que ele conhece por revelação, por uma epifania que lhe abriu os olhos.

A certeza da conspiração leva a uma visão maniqueísta do mundo: de um lado a ordem actual, estável, livre e boa; do outro uma nova ordem de sofrimento e opressão. De um lado o bem, do outro o mal. Embora no mundo real os acontecimentos se devam à concorrência complexa de inúmeros factos, vontades e acasos, no mundo do ATC, a unipolaridade é a regra e tudo o que acontece assenta na intenção de um grupo maquiavélico e poderoso, neste caso, os EUA.

O teórico da conspiração vê-se a si mesmo como alguém que corre riscos para desvendar a verdade, mas nunca lhe ocorre a óbvia contradição de denunciar a existência de uma conspiração tão poderosa que visa nada menos do que o domínio do mundo e é capaz de coisas assombrosas, mas é incapaz de o calar a ele.

Por detrás das teorias da conspiração escondem-se algumas das mais básicas taras da psique humana. A ignorância, a crendice, a charlatanice, a irracionalidade, o ódio ideológico, a má-fé, a inelutável tendência para o misticismo e a facilidade com que se descamba no absurdo.

Há um supositório para esse problema. Um instrumento conceptual que devia estar no bolso de toda a gente: a Tesoura de Ockam.

Instrumento que nos aconselha a que, havendo várias explicações para um fenómeno, comecemos por ponderar a mais simples.

Se numa sala vazia um jarrão se parte, posso avançar várias explicações, entre as quais:

1-Uma delas é que foi o gato.

2-Outra é que a um fantasma sem cabeça vagueia pela casa e faz questão de partir jarrões.

Não posso provar nenhuma destas teorias sem estudos mais aprofundados, mas a Tesoura de Ockam aconselha-me a começar por estudar a 1ª.

Até porque para afirmar a tese do fantasma teria de provar a sua existência. Alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias. Ora, as teorias da conspiração nunca provam nada, limitam-se a alegar coisas.


José do Carmo

*O autor escreve segundo a anterior norma ortográfica.

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Latest comments

  • Da guerra na Ucrânia aos extra-terrestres, passando até pela certeza que alguns portistas tem sobre o Benfica controlar as autoridades politicas, judiciais e desportivas, há um Mundo de infinitas teorias da conspiração onde os “inteligentes” que as descobrem não tem dúvidas, tem certezas inabaláveis não rebativeis com factos, como dito nesta crónica, essas pessoas veem-se como luzes que brilham por entre a escuridão em que todos os outros vivem.
    Só quero acrescentar que é traço comum, talvez até condição sine qua non, a crença infantil que esses pessoas adultas mantém no mundo mágico, em acontecimentos e poderes mágicos, que obviamente não veem como tal.

  • É tudo muito bonito, até dar de caras com o presidente Biden e a secretária de estado, em plena conferência de imprensa, a anunciarem que o Nord Stream é para acabar (isto antes da invasão), garantindo ter condições para o fazerem. Ou declarações oficiais em pleno senado americano, admitindo a existência de laboratórios americanos na Ucrânia com patógenos mortais. Ou o descarado atropelo do que estava acordado entre países civilizados sobre não fornecimento de armas a países beligerantes.

    • Obg por ilustrar tão bem o que está escrito no artigo.

  • Ou a votação da ONU, numa resolução para condenar o neo-nazismo ou coisa que o valha, com votos contra de 3 países, um dos quais a Ucrânia e outro os EUA. Os resultados da votação são públicos e podem ser consultados no site da ONU. Muito em admira quanta gente vive inundada de certezas, quando tudo o que vemos deveria fazer levantar dúvidas.

    • Agradeço também a extraordinária demonstração do que o artigo diz.

  • Isso mesmo!

  • Este artigo demonstra, com uma mão cheia de tudo, como a outra mão está cheia de nada.
    Na verdade, é um artigo que resulta num redondo nada.
    O Autor, que parece acreditar, piamente, em tudo o que as entidades oficiais lhe dizem e transmitem, ao invés de procurar verificar os factos que tanto preza, certamente ainda acredita, com grande confiança e orgulho, que um certo vírus recentemente surgido veio de morcegos ou que as máscaras travam os contágios do mesmo (acreditando na ciência “oficial”); afinal, duvidar desses mesmos “factos” é um sacrilégio.
    No mesmo sentido, acredita que este conflito se iniciou o ano passado (não a invasão, leia-se), que não existiam laboratórios nenhuns (apesar de confirmados no Senado americano), que o Nordstream, apesar de até o msm media americano já veicular essa tese, não poderia ter sido destruído pelos americanos, que a Ucrânia é um país com uma cuiltura democrática muito desenvolvida (ao contrário dos maus dos russos, claro), etc. Tudo, claro está, porque os “factos” que lhe dão a observar são os únicos e universais. Para quê usar o sentido crítico e analisar com atenção e cuidado? Não vale a pena, são os fast-facts, e estes não falham.
    Artigo onde, realmente, nada de extraordinário se passa nos bastidores da política, dos interesses económicos, e tudo é feito às claras, com o conhecimento e no melhor interesse da Humanidade.
    Um fantástico mundo utópico.
    Em resumo, é um excelente artigo de factóides e que transmite uma excelente “realidade” cheia de nada.
    Parabéns ao autor por esta obra de ficção delirante.

    • Agradeço-lhe tb a sua contribuição para confirmar a tese do artigo, e desejo que seja feliz nesse seu labirinto solipsista. Eles andam aí mas, felizmente , temos génios como o leitor, que sabem a verdadeira verdade e enfrentam os maus, de cara ao vento e à íntima convicção de que são a última bolacha do pacote. Entretanto pesquise “transtorno de personalidade paranoide”

      • Agradeço a sua sincera preocupação, mas não ando em qualquer labirinto; nem tenho qualquer problema em questionar o que me apresentam sem provas do mesmo.
        Chamo-lhe: “ter intelecto”, em certas situações chama-se “método científico”.
        Sugiro que experimente, e verá que os seus artigos de opinião irão beneficiar bastante com essa mudança de atitude.
        Irá apresentar muitos menos “moinhos de vento”, apesar de, possivelmente, passar por uma fase complicada ao perceber que fé não é conhecimento efectivo.
        Será o processo de crescimento intelectual.
        Lamento, profundamente, não confirmar a sua tese, excepto se a mesma for confirmar que existem, ainda, humanos com pensamento crítico.
        Por fim, que tal este tema para um artigo de opinião sobre teorias da conspiração: “Ah, a culpa é (sempre) dos russos!”.
        Parece-lhe bem?
        Pronto, pode agora, de forma muito assertiva (e diria repetitiva), referir (quase diria, cientificamente) que confirmei a “tese” do artigo.

  • O presidente biden em 1997, confirma aquilo que Putin vem dizendo que os russos sentem como uma ameaça. Por exemplo os países bálticos pertencerem à nato (neste vídeo ainda não andava perdido). Já na altura ele conspirava a favor dos russos…
    https://odysee.com/@dennishendrickson:2/1997-biden-predicts-nato-expansion:3
    .
    “É basicamente o raciocínio que a Inquisição usava no julgamento das bruxas: se confessava ficava provado que era bruxa. Se não confessava, é porque tinha poderes e isso provava que era bruxa.”
    Falso.

    • Que eu saiba, não é o Biden que “recruta” países para a NATO. São os países que aderem!

      • Concordo consigo. Os paises candidatam-se e os outros que já pertencem aceitam ou não mediante o cumprimento de certas condições.
        Biden reconhece em 1997, que o avanço da nato para leste pode causar problemas. É disso que trata o vídeo.

  • Pergunta conspirativa.
    Qual é o país que passou a maior parte do seu tempo de existência em guerra?
    America Has Been at War 93% of the Time – 222 out of 239 Years – Since 1776 – (A América esteve em guerra 93% do tempo – 222 de 239 anos – desde 1776)
    https://www.globalresearch.ca/america-has-been-at-war-93-of-the-time-222-out-of-239-years-since-1776/5565946
    Obviamente que os outros precisam de mudança de regime.
    Obviamente que foi sempre por razões humanitárias, etc. Filantropia no seu expoente máximo.
    Obviamente que os culpados são todos os outros, em especial o Putin.

    • E essa observação acrescenta o quê á questão em apreço (a guerra na Ucrânia)?
      Se quiser, em vez dessas considerações vagas para o caso, até porque quem começou e está em guerra é a Rússia e não os EUA, pode também observar qual dos dois, EUA ou Rússia, tem atacado os paises vizinhos com o propósito da expansão territorial. Como vê é fácil encontrar argumentos rebuscados para se justificar aquilo que á partida se pretende justificar.

      • Não sei qual é a observação a que se refere.
        Sim foi a Rússia que invadiu a Ucrânia (24-02-2022). E a história entre esses dois países começa aí? E o envolvimento do ocidente em especial dos USA só começa também aí?
        Não devemos acreditar/aceitar de ânimo leve todas as razões e acusações apregoadas pela Rússia/Putin. Concordo.
        Devemos acreditar/aceitar todas as razões e acusações apregoadas pelos USA? O historial conflituoso dos USA a mim aconselha-me cuidado. Outra das razões de ter publicado os conflitos é porque constantemente estão a tentar branquear a sua imagem.
        Acredita mesmo que a única razão para a Rússia invadir a Ucrânia é expansionista?
        Nem tudo é conspiração.
        Tanto conspiram uns, como conspiram os outros.
        Não há só santos de um lado nem só diabos dos outro

        • Refiro-me á observação do tempo que os EUA têm passado em guerra, isso a propósito da guerra na Ucrânia parece-me um bocado deslocado e que já vicia a conversa.
          Ninguém diz que algum país está impoluto em toda a sua história e também é secundário se a Rússia está a ter mais uma iniciativa expansionista ou de outra natureza, o ponto é: A culpa nesta guerra. Quem invadiu mais um bocado de um país vizinho foi a Rússia, não há como dar a volta a isto, pela enésima vez invadiu um país vizinho.
          Ora diga-me porque acha que tantos países tem tido vontade de livremente aderirem á NATO? Sei que muita gente consegue pegar nisto e culpar os EUA.
          E se fala em provocações, tem que falar especialmente da Rússia.

          Para lá do assunto Ucrânia em particular, salta á vista a permanente expansão do território Russo desde há séculos, á custa dos países vizinhos. Os EUA não tem feito isto, as suas fronteiras são pacificas e mutuamente aceites, contentam-se em manter influência cultural e económica.

          • O propósito do tempo de guerra dos USA, é demonstrar a credibilidade das razões e acusações feitas pelos USA.

            “Devemos acreditar/aceitar todas as razões e acusações apregoadas pelos USA? O historial conflituoso dos USA

            a mim aconselha-me cuidado.”
            Discordo de sí quando hoje diz que os alegados intentos expancionistas da Russia são secundários. Ontem

            falou nisso e hoje volta a falar. Mais, muitas pessoas de responsabilidade (supostamente…),

            afirmaram/afirmam que se os Russos não forem detidos/travados na Ucrânia, teremos de os enfrentar cá, por isso temos obrigatóriamente de lhes fornecer armamento. Isto é, travar o expancionismo russo.
            Ok. O expancionismo russo é secundario.
            A questão importante para si é a Rússia ter invadido a Ucrânia.
            Então, do seu ponto de vista, porque razão/razões a Rússia invadiu a Ucrânia?

          • Carlos, não sei porque tem que referir as razões dos EUA e não as da UE, as da NATO ou as de Portugal, é posição comum e unanime. Aqui já começa a enviesar a questão.
            Chega-se a um ponto em que o que vai na cabeça dos lideres russos é secundário, tal como é secundário as constantes mentiras que dizem, interessa-nos é aquilo que fazem ou vão fazer. Por isso, se a vontade russa é a expansão do território, da área de influência ou a ameaça implicita a outros países vizinhos, as suas razões são assunto interno deles, o nosso assunto é a Rússia alimentar a instabilidade politica de outros países, mantendo situações que podem justificar a intervenção militar russa com eventual amputação territorial parcial, ou anexação total, ou mudança de regime de acordo com as suas conveniências. Além de apoio a lideres nossos antagónicos na Ásia e em África, com o exército regular ou com os “faz de conta” do grupo Wagner para poderem dizer que não é a Rússia quem lá está.
            Os planos que tinham para a Ucrânia, na minha lógica, também já são secundários. Tentaram avançar para Kiev por isso a ideia que se satisfariam apenas com a independência do Donbass não é credível, se queriam a absorção ou desmantelamento de Ucrania e Moldávia e colocar em sentido os restantes países vizinhos parece-me mais provável. Por isto tudo, creio que os intuitos eram o expansionismo territorial, mas se em vez disso era outra coisa qualquer, para mim é secundário porque as suas acções, em qualquer dos casos, não são aceitáveis.
            Um país que sistematicamente tem ameaçado eliminar outros, os nossos, com armas nucleares por ajudarmos na defesa de um outro país com o qual eles até dizem que não estão em guerra (é apenas uma operação militar especial) não merece complacência e a última coisas que podemos fazer é encolhermo-nos e deixarmos o problema continuar a crescer deixando este comportamento trazer vantagens ao invasor. Aquele que foge, mais tarde terá que lutar.

  • Resposta ao senhor JM
    “Carlos, não sei porque tem que referir as razões dos EUA e não as da UE, as da NATO ou as de Portugal, é posição comum e unanime. Aqui já começa a enviesar a questão.”
    Victoria Nuland Phone Call To Geoffrey Pyatt (Manufacturing The Russian-Ukraine War)
    https://odysee.com/@AdamFitzgerald:2/Victoria-Nuland-Phone-Call-To-Ukraine-Geofrrey-Pyatt-(2014):2
    Ouça quando a victoria nuland se refere à europa. (F… the EU)( que se f… a UE)
    Este telefonema demonstra exactamente o contrário do que diz.
    Joe Biden Forced Ukraine to Fire Prosecutor for Aid Money
    Joe Biden forçou a Ucrânia a demitir procurador por dinheiro da ajuda
    https://odysee.com/@NotTheBoilingFrog:f/Joe-Biden-Forced-Ukraine-to-Fire-Prosecutor-for-Aid-Money:0
    Ukraine to fire prosecutor who led investigations into company Biden’s son advised: report
    Ucrânia demitirá promotor que liderou investigações à empresa do filho de Biden:
    https://thehill.com/policy/international/europe/468886-ukraine-to-fire-prosecutor-who-led-investigations-into-company/
    Joe Biden chantageou o governo Ucraniano, ameaçando que não dava os mil milhões de dólares de ajuda americana, se não despedissem o procurador público que andava a investigar as empresas ucranianas em que o filho estava envolvido. E gaba-se disso.
    “Chega-se a um ponto em que o que vai na cabeça dos lideres russos é secundário, tal como é secundário as constantes mentiras que dizem, interessa-nos é aquilo que fazem ou vão fazer. Por isso, se a vontade russa é a expansão do território, da área de influência ou a ameaça implicita a outros países vizinhos, as suas razões são assunto interno deles, o nosso assunto é a Rússia alimentar a instabilidade politica de outros países, mantendo situações que podem justificar a intervenção militar russa com eventual amputação territorial parcial, ou anexação total, ou mudança de regime de acordo com as suas conveniências.”
    Há aqui contradição neste parágrafo.
    Têm os USA levado estabilidade política aos outros países? Porque só falo dos USA, porque o resto, a esmagadora maioria, só fala contra a Rússia.
    “…ou mudança de regime de acordo com as suas conveniências. Além de apoio a lideres nossos antagónicos na Ásia e em África,…”
    Bom, têm o mesmo direito que nós/USA. Os terroristas que nós combatemos em África, acha que só eram alimentados pela URSS, China e Cuba?
    “Tentaram avançar para Kiev por isso a ideia…”
    Melhor não meter aqui na discussão tácticas militares. Isto já está uma boa açorda… lol
    “Um país que sistematicamente tem ameaçado eliminar outros, os nossos, com armas nucleares…”
    Disse que o que tem importância “é aquilo que fazem ou vão fazer”. E neste campo os USA foram os únicos a usá-las. Afirmaram que os russos não tinham armado os seus mísseis nucleares. Para além de que essa é a interpretação que os USA dão as palavras de Putin.
    Repare, não odeio os Estados Unidos. Tenho admiração por muitas coisas que fazem, mas se estão do lado errado da história não posso apoia-los.
    Se quiser ver sobre os acordos de Minsk, em especial o último.
    French ex-president Hollande confirms Minsk agreements were a ploy
    https://odysee.com/@RT:fd/HOLLAND-MINSK:8
    Former British diplomat explains Merkel’s statements on Ukraine’s NATO accession, Minsk agreements
    https://odysee.com/@RT:fd/will-yt:f
    Zelensky laughs at the Minsk Agreements and makes grimaces while Putin speaks back in 2019
    https://odysee.com/@Velyaminov:a/Zelensky-laughs-at-the-Minsk-Agreements-and-makes-grimaces-while-Putin-speaks-back-in-2019:5

    • Mas continuar a falar de Biden ou do filho (não os tenho em grande conta), ou dos EUA a propósito da guerra na Ucrânia, não me parece o ponto essencial quando estamos a falar da invasão russa, não foi por causa dos Biden que começou a invasão.
      Estando a história de todos os países e povos carregada de iniciativas moralmente duvidosas, a dos EUA não é diferente e não faltam exemplos de apoio a tiranos ou a produtores de drogas. Que eventualmente não apreciam a UE também já é ponto assente que por um lado preferem ter os seus aliados divididos , logo em maior dependência dos EUA e também não terem uma moeda que rivalize com dolar, mas por outro lado a UE já ficou para trás em muitas áreas em que poderia ser um concorrente e também como bloco melhor poderá fazer frente á Rússia, como aliás se tem visto nos pedidos de adesão á UE que tem recebido de todos os países que se querem distanciar da Rússia, daí que, creio que a maneira como olham para a UE não estará completamente definida, não é absoluta.
      Nesta questão da invasão da Ucrânia os interesses dos EU são coincidentes com os da UE, excepto nos combustiveis. Sorte a nossa, porque se não tivéssemos as costas quentes nos EUA, sem os seus musculos do nosso lado, nem piávamos e talvez a guerra agora não fosse na Ucrânia mas sim na Polónia, na Roménia ou nos Balcãs, mas até é falsa questão, porque sem eles talvez até vivessemos numa república nazi ou então soviética. Neste momento não vejo que os EUA ou a UE estejam do lado errado da história, mas repare que eu também não amo os EUA.
      As bombas largadas no Japão são uma “nódoa”, mas não tenho a certeza do tamanho dessa “nódoa”, quantas e quais as vidas que se perderiam sem o uso dessas bombas uma vez que o Japão, onde também já havia pessoas a passar fome, tinha um comportamento mais agressivo que a Alemanha nazi, atuaram com a convicção absoluta da sua superioridade etnica, com campos de exterminios e testes médicos em pessoas presas apenas por não serem japonesas já para não falar que ocuparam inumeros países e regiões em boa tarde da Ásia e Oceania onde as populações locais foram tratadas como infra-humanos, não foi contra este ou aquele grupo, foi contra tudo os que não fosse japonês. Além de que não tenho dúvidas que se o tivessem conseguido, teriam detonado armas atómicas nos EUA.
      Agora a Rússia fazer-nos essa ameaça das armas nucleares parece apenas conversa, parece, mas não temos a certeza absoluta e isso é quanto basta para procurar enfraquecer tal país/pessoa que ameaça eliminar a França com 5 ou seis 6 bombas ou explodir com Boris Jonhson com um simples carregar no botão enquanto fala com ele ao telefone. O EUA, ou por exemplo a China não ameaçam usar armas deste género, pelo contrário tem feito questão de dizer que isso não é uma hipotese a ter em consideração, está sub-entendido que são apenas para uso em modo de sobrevivência, para lá disso servem apenas para exibição.

      • Não há anjos, mas é bom termos a ideia de que os EUA são da nossa civilização, advogam uma ordem mundial mais assente no direito, não são uma potência imperialista no sentido clássico, isto é, qdo usam a força não é com o objectivo de conquistar território e na verdade sempre que a usaram, houve sempre uma narrativa do tipo moral. Pode-se discutir essa moral, mas tem sido esse principal juizo do uso da força. E poderiam facilmente ter-se apoderado de meio mundo, se tivessem querido fazê-lo. Derrotaram o Japão mas não ficaram com qq territorio japonês, ao contrario da Russia que declarou guerra ao Japão já no estertor , para se apoderar de vastas regiões japonesas que anexou. O uso da bomba atómica foi racional. Foi o Japão que atacou os EUA, a guerra só iria acabar se houvesse uma invasão do Japão e as estimativas de perdas elevavam-se a milhões de mortos, americanos e japoneses. Era obvio que nenhum presidente americano iria mandar para a morte milhões dos seus compatriotas, podendo forçar o Japão a render-se sem mais delongas. De notar que o Japão não se rendeu com a primeira, só depôs as arms à segunda.

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