
Quando alguém é submetido a um período prolongado de intimidação ou agressão e começa a ter simpatia por aquele que o intimida ou agride, chegando mesmo a amá-lo, diz-se que sofre da síndrome de Estocolmo. O nome deve-se ao psicólogo sueco Niels Bejerot que o identificou nas vítimas de sequestro de um assalto a um banco em Estocolmo, em que as vítimas passaram a defender os seus raptores. Desde então, psicólogos de todo o mundo começaram a usar este conceito em situações semelhantes, em que as vítimas passam para o lado dos agressores ou do agressor.
Será possível que a grande maioria de uma população sofra da síndrome de Estocolmo?
Com efeito, a população está a ser agredida pela Covid e pelas medidas tomadas pelas autoridades para, alegadamente, conter a doença. A agressão é feita a toda a população, mas há vítimas mais afetadas do que outras. Há vítimas que caem no desemprego ou veem os seus rendimentos drasticamente reduzidos. É uma violência enorme que se abateu sobre nós. Mesmo aqueles que não foram (ainda) afetados economicamente, estão a ser violentados com a restrição de liberdades básicas, como sejam as resultantes do confinamento, da proibição de circulação sem razão aceite pelas autoridades, e até da obrigatoriedade do uso de máscaras.
Claro que as autoridades justificam a violência das medidas com a necessidade de proteger um bem maior, a saúde pública. Elas, autoridades, estão escudadas pelas recomendações de uma autoridade sanitária ainda maior, a OMS. Pelo que são igualmente vítimas da violência superiormente exercida por uma organização sanitária que recomenda o que deve ser feito nos vários países, apesar dos países não serem obrigados a cumprir as recomendações da OMS. No entanto, seguir aquelas recomendações permite transferir a responsabilidade para um ser superior, ilibando (ou não) os responsáveis nacionais de qualquer culpa em relação às consequências nefastas das medidas.
Esta transferência de responsabilidades para seres intocáveis é, nos dias de hoje, uma prática generalizada, não somente em situações sanitárias como também nas económicas ou climáticas. É comum justificar-se a evolução negativa das economias nacionais com as crises mundiais e/ou com a globalização, tidas como incontroláveis e, por isso, impeditivas da atribuição de responsabilidades a quem quer que seja.
Uma coisa é certa: é impossível saber o que teria acontecido se não fossem tomadas as medidas de restrição porque só conhecemos uma realidade, a que decorre dessas medidas. Pode-se fazer comparações entre países e ver como eles foram afectados em função das estratégias seguidas. Mas estas comparações são sempre difíceis uma vez que há demasiadas outras variáveis a considerar.
No momento em que escrevo, vejo passar na televisão uma manifestação de revolta contra o confinamento na Holanda em que cerca de 100 pessoas foram detidas. Estamos perante o exercício do direito à revolta consagrado nos considerandos da Declaração Universal dos Direitos do Homem:
“Considerando que é essencial a protecção dos direitos do homem através de um regime de direito, para que o homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão; O direito à revolta contra a violência está consagrado nos Direitos do Homem.”
Mas apenas um número restrito de pessoas exerce este direito, alguns com receio das consequências que podem ir de coimas elevadas a prisão por desobediência, mas outros, talvez a maioria, até simpatizam com o agressor e a violência que ele lhes inflige. Dão razão às medidas, acham-nas necessárias e colaboram com o agressor, convencidos que estão do lado do Bem e que os maus são todos aqueles que não cumprem as regras impostas pelos governos. É possível que este grupo de colaboracionistas englobe mais aqueles que ainda não sentiram o drama do efeito cremalheira que é passar de uma situação confortável para o limiar da pobreza ou até mesmo a miséria.
Noutro extremo, chegam notícias do Brasil onde, alegadamente, a população culpa o presidente Bolsonaro das mortes Covid por ter desvalorizado a doença e não ter dado ouvido às recomendações da OMS, embora a situação brasileira seja melhor que a de muitos países europeus em número de mortes por milhão. Aliás, nem todos os estados brasileiros levaram as palavras do Presidente à letra e adotaram as medidas que acharam necessárias.
Vê-se assim que os governos que seguiram as recomendações da OMS estão menos vulneráveis à crítica da opinião pública, e sentem-se legitimados para impor pela força toda e qualquer medida de repressão das populações que governam, populações afetadas pela síndrome de Estocolmo, mas até ver!
Poderia ser diferente? O que teria sido se cada país tivesse reagido à sua própria epidemia sem a existência de uma OMS? Não sabemos! O que é certo é que, se se vier a constatar que as recomendações da OMS foram erradas, nomeadamente ao travar a utilização de medicação profilática e curativa, pode esta organização estar votada à extinção. E com ela cairão todos os governos que se deixaram manipular!
Henrique Sousa
Manuel Graça / Fevereiro 14, 2021
” O que é certo é que, se se vier a constatar que as recomendações da OMS foram erradas, nomeadamente ao travar a utilização de medicação profilática e curativa, pode esta organização estar votada à extinção. E com ela cairão todos os governos que se deixaram manipular!”
Muito bem.
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Carlos / Fevereiro 27, 2021
Página interessante sobre a O.M.S.
WHO Deletes Naturally Acquired Immunity from Its Website
https://www.aier.org/article/who-deletes-naturally-acquired-immunity-from-its-website/
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