A gestão desastrosa da crise pandémica pelo Governo de António Costa, com o beneplácito do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, rebentou com a temporada turística do verão em Portugal. Num país muito dependente do turismo, o setor da hotelaria, do alojamento local, dos restaurantes, dos bares e da animação, foi nocauteado. Mas não só, pois os setores económicos relacionados foram também atingidos.
É sabido que empresários e consumidores antecipam as expetativas de transação de bens e de serviços. A incerteza sobre a recuperação da economia leva as empresas e os particulares a adiarem decisões de investimento, contratação e consumo. A expetativa até agora era a do fim da pandemia, com prazo marcado para o verão. Todavia, a incoerência do Governo desencadeou novo surto epidémico, com a variante Delta Plus (indiana) do vírus a aumentar os contágios, inclusivamente de pessoas já vacinadas. Além disso, verifica-se uma demora na vacinação, por restrições de pessoal, o que as férias dos profissionais de saúde poderá agravar.
Até a chanceler Angela Merkel criticou publicamente o governo português neste 22-6-2021 pela abertura das fronteiras aos turistas britânicos, a qual em sua opinião poderia ter sido evitada. A Alemanha colocou ontem Portugal na lista vermelha de perigo de contágio de Covid-19, proibindo viagens do nosso país para solo germânico e impondo quarentena de duas semanas a quem viaje de Portugal – o que afasta, na prática, os turistas alemãs. Essa decisão poderá ser acompanhada por outros países.
Porém, neste contexto, Marcelo alertou, em 18-6-2021, para a fadiga dos portugueses com o novo confinamento, precisamente quando os contágios aumentam.
Uma política de ziguezague, que ora abre portas a quem não deve, ora as tranca depois do estrago feito, restringindo a liberdade de circulação de modo mais grave do que seria necessário se o Governo fosse mais precavido. Para culminar esta pilha de desnorte, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, declarou, em 24-6-2021: “Espero que os portugueses se… se desloquem de forma massiva para o sul de Espanha e possam apoiar uma grande vitória de Portugal nos oitavos de final da… desta… desta… deste campeonato da Europa” (sic). Na ressaca da reação da opinião pública a este absurdo, quando Lisboa está sujeita a confinamento, Ferro, Marcelo e Costa, voltaram atrás e já não vão ao jogo a Sevilha. Too little, too late…
A prudência é a principal qualidade do governante. A arrogância de António Costa, inchada com a presidência do Conselho Europeu, dispensa a prudência. Levou o primeiro-ministro a aceitar receber os turistas ingleses da Champions League, no Porto, Algarve e por aí, e os dois mil convidados da UEFA, sem quarentena, com a desculpa de que vinham em bolha. Ora, o governo britânico não tinha dispensado os visitantes que assistiriam ao jogo e a final da Champions entre clubes ingleses não se realizou no estádio de Wembley, como estava combinado. António Costa abriu as portas do País ao evento, com a cumplicidade do presidente Marcelo, e a economia colapsou devido a Portugal ter sido colocado na lista vermelha das viagens internacionais e a temporada turística perdida.
Como se já não bastasse o fim das moratórias dos empréstimos particulares em março, e a previsão de que em setembro terminam para as empresas, o afundamento do turismo e dos setores relacionados, prolonga a crise económica – e financeira… – do País. Excetua-se a construção civil por funcionar num ciclo mais longo.
O socialismo não dá para tudo. Às tantas, o povo cansa-se da política de ziguezague, que ora abre portas a quem não deve, ora as tranca depois do estrago, do despesismo seletivo do Estado que satisfaz os direitos positivos (entre os quais, a cara habitação), reclamados como se fosse obrigação de uma comunidade pobre fornecê-los a quem não se esforça e abusa. As classes médias e alta, bem como a classe de baixos rendimentos não aturam a crise. Enquanto que, pela Europa, a crise económica da pandemia parece vencida e começa a recuperação acelerada habitual após esta guerra viral.
António Balbino Caldeira
Diretor
Maria J. / Junho 27, 2021
Lucidez e revolta neste artigo. Triste o empobrecimento do país.
Quem tira proveito da perda da temporada turistica?
Dizendo não, temia-se um novo e moderno ultimato britânico?
Espero bem que, por detrás, não exista uma estratégia para uma «Lusexit» sui generis.
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Carlos / Junho 28, 2021
no odysse (género do youtube mas sem censura)
Como está a falar das proibições e do descalabro que muito provávelmente poderá acontecer, esta entrevista pode ser uma boa conselheira para os nossos peritos (sendo novo não sei se já há peritos) porem em prática um sistema nacional de prevenção.
COVID, Ivermectin, and the Crime of the Century – DarkHorse Podcast with Pierre Kory & Bret Weinstein
https://odysee.com/@BretWeinstein:f/COVID-Ivermectin-and-the-Crime-of-the-Century-DarkHorse-Podcast-with-Pierre-Kory-Bret-Weinstein:f
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FLCCC Alliance
https://covid19criticalcare.com/
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Espero que os portugueses se apercebam finalmente e foram advertidos vezes sem conta, para não porem todos os ovos na mesma cesta.
Peço desculpa por me desviar um pouco do tópico, mas espero que compreenda.
Criador da “vacina” mRNA, Dr Robert Malone entrevistado pelo Dr Bret Weinstein
https://odysee.com/@BretWeinstein:f/how-to-save-the-world,-in-three-easy:0?r=F8g2gAZTF4wHy9XunJZzh5H8YNVb2QyN
Ainda não vi a entrevista até ao fim, são mais de 3 horas mas, promete, especialmente quando o Dr Malone adverte para os perigos das “vacinas”…
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Sobre os dois indivíduos em causa apenas digo que em Portugal há muito melhor, infelizmente a comunicação social e partidos só nos impingem disto.
Sobre o que escreveu anteriormente “A solidão da culpa no acidente de Cabrita”, lembro-me que o senhor Salazar dava um carocha a cada governador, e mesmo isso, pelo demonstrado nestas últimas décadas, é exigir demais aos bolsos dos portugueses.
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João Miguel / Junho 28, 2021
E quem há bem pouco tempo dizia algo como: se necessário não hesitaremos em retroceder no desconfinamento, rapidamente passou a dizer: não contem comigo para voltar atrás no desconfinamento.
E quem há bem pouco tempo fechou a população dentro das suas freguesias ou dos seus concelhos, passou a fechar a população dentro de uma Área Metropolitana, incluido nesse sacrificio freguesias e até municipios sem números que o justificassem, para na prática manter a liberdade de movimento de quem vive nas freguesias e concelhos mais infectados (Lisboa). A população urbana tem outro poder reivindicativo, além de que inclui quem decide os confinamentos, já os campónios de Odemira: que se lixem, em Lisboa conta é a NUTS III, em Odemira o que conta é a freguesia e ninguém sente que tem alguma explicação a dar sobre esta discrepância.
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Velho do Restelo / Junho 28, 2021
1 – O distanciamento de Merkel também quer dizer : “… no próximo pico não contem com a ajuda alemã!”
2 – Ferro e Marcelo juntos em Sevilha ?
Parece-me que há uma restrição de segurança que não permite que o PR e o PAR se ausentem em simultâneo, e nem deveriam viajar juntos, para não ficarmos “orfãos” caso lhes aconteça uma fatalidade no falcão!
3 – Sim aquilo no Porto foi uma idiotice, mas como se explica que o resultado é mais visível em Lisboa?
Será que se esqueceu de meter na equação a variável SCP?
4- Até o Vice-Almirante já está a ser contagiado pelo estilo grotesco de falar demais frente às TVs. Num dia vem dizer que vai começar a vacinar jovens a partir dos 18 anos, dois dias depois vem pedir consequências por uma responsável duma unidade de saúde ter vacinado os filhos (> 18 anos) antes do tempo!
Sempre os eternos problemas das falhas na comunicação!
O melhor mesmo é calá-los!
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