“A arma é o voto do povo”

Vários média glorificam o terrorista Carlos Antunes, fundador, com Isabel do Carmo, em 1970, das Brigadas Revolucionárias e do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP-BR), em setembro de 1973) no epitáfio da sua morte, no dia 23-1-2021, aos 82 anos.

Antunes fora um dos mais importantes quadros do PC, e colaborador de Álvaro Cunhal, partido em que militara de 1955 a 1968, para depois se juntar à FPLN (Frente Popular de Libertação Nacional) de Manuel Alegre e Fernando Piteira Santos, e em setembro de 1973, o PRP-BR.

Carlos Antunes, com sua mulher Isabel do Carmo, chefiaram esta organização terrorista de extrema-esquerda marxista, de 1970 a 1979, que, mesmo após a revolução do 25 de abril de 1974, realizou atentados, assaltos, sabotagens, o justiciamento do militante José Plácido, provocou a morte acidental de dois operacionais – “Luís” (Carlos Curto) e “Ernesto” (Arlindo Garrett) na fabricação de um engenho explosivo, e recebeu e dispôs de 1.000 espingardas automáticas G-3 entregues pelo capitão Álvaro Fernandes do Copcon em 10-9-1975. O casal Carlos e Isabel, presos em 1979, já não integraram as Forças Populares 25 de Abril, um grupo de guerrilha urbana, liderado pelo tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho (com quem haviam colaborado no Chamado Verão Quente de 1975 e depois), derivado do PRP-BR, que derramou sangue inocente e aterrorizou o País de 1980 a 1987. Foi para as FP-25 que o PRP-BR transferiram “o arsenal”.

Carlos Antunes e Isabel do Carmo foram responsáveis pelo ferimento grave de três crianças, em 31 de dezembro de 1972, numa série de bombas colocadas na cidade de Lisboa, por ocasião da vigília contra a guerra colonial na Capela do Rato, em Lisboa. Articulavam-se com os organizadores (o ex-padre Luís Moita e Nuno Teothónio Pereira) deste evento religioso-político nos anos em que o progressismo marxista grassava pelo clero e seminários, com expoente no Seminário dos Olivais, em Lisboa).

Apesar das mortes e do terror, Carlos Antunes foi ontem elogiado como “resistente antifascista”, na Rádio Renascença e noutros média, num branqueamento da sua atividade sangrenta.


* O título deste poste é o slogan de um cartaz do PRP-BR.


José Leite

Partilhar

Sem comentários

deixe um comentário