900 mil sem médico de família

Ficamos a saber agora que há cerca de 900 mil portugueses privados de médico de família. Cinco anos depois de António Costa prometer um médico de família para cada português, o número de portugueses sem médico de família é hoje bastante superior ao que era em 2017.

O Governo socialista apoiado pela extrema esquerda não resolveu o problema. Agravou-o. E é sobretudo em Lisboa que há mais portugueses sem médico de família.

O Governo socialista é ambicioso nas promessas e fraco na execução.

O Governo não quer reformar o Serviço Nacional de Saúde porque é sensível ao apoio político que lhe é dado pelos funcionários públicos. O Governo socialista conta com o apoio da extrema esquerda para ter os orçamentos aprovados. Para garantir esse apoio, não pode reformar o Estado.

Resta-nos empobrecer ao ritmo do agravamento da dívida pública, enquanto o Governo deixa degradar os serviços do Estado, sobretudo na saúde e na educação.

Quarenta e sete escolas privadas ocupam o ranking das 50 melhores. Todos os anos vemos as escolas privadas a ocupar os lugares cimeiros nos rankings dos exames. Nos últimos 6 anos, as escolas estatais têm vindo a descer nos rankings dos exames.

Depois de acabar com os contratos de associação, que davam um vislumbre de liberdade de escolha aos pais, o Governo vem agora prometer acabar com o papel nos exames nacionais, substituindo o actual sistema de exames por provas feitas num computador. O custo de tal operação aproxima-se dos 12 milhões de euros. No total está previsto o gasto de 559 milhões de euros no desenvolvimento de competências digitais ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência.

O Governo vive da pedinchice e da mão estendida, empurra as dívidas com a barriga, mas faz figura de novo rico e modernaço com as transições digitais. São contratos de muitos milhões distribuídos pelas empresas amigas.

Não há dinheiro para recrutar médicos mas não falta para as modernices digitais.


Ramiro Marques
* O autor usa a norma ortográfica anterior

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